Psilocibina mostra efeito antidepressivo consistente no maior estudo até o momento

Por Docmedia

29 dezembro 2022

O transtorno depressivo maior (TDM) é a principal causa mundial de absenteísmo e pode comprometer a convivência social com uma série de sintomas que podem culminar até mesmo em ideação suicida.

Embora exista uma coleção de opções de tratamento disponíveis, parte significativa dos portadores não responde a mais de um esquema em doses terapêuticas, configurando a depressão refratária. Esse panorama torna urgente a pesquisa de novas opções de tratamento que contemplem esses pacientes.

A novidade é que um estudo liderado pela empresa de saúde mental COMPASS Pathways em centros de saúde que incluíram o Kings College London reforçou a utilização da psilocibina como um promissor tratamento para depressão refratária. O novo estudo foi publicado no New England Journal of Medicine e é o maior do gênero até o momento.

O objetivo foi investigar a mudança na linha de base dos sintomas depressivos tendo a psilocibina como tratamento. Para o estudo de fase 2, foram recrutados 233 portadores de TDM já diagnosticados como tendo quadro refratário que foram divididos em três grupos de tratamento e acompanhados por 12 semanas.

Os participantes receberam uma única administração de diferentes doses de psilocibina COMP360, formulação patenteada pela COMPASS Pathways; 25 mg (n=79), 10mg (n=75) e 1mg (n=79). Não se sabia qual participante recebeu qual dosagem. Os sintomas de TDM foram avaliados por meio da Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Åsberg no dia anterior ao início do estudo, no dia 2 e nas semanas 1, 3, 6, 9 e 12. O grupo com a dosagem de 1mg também serviu como controle.

Partindo de um escore de sintomas de 32 ou 33 entre os grupos, na semana 3 os participantes que receberam a dose de psilocibina de 25 mg mostraram maior redução do escore (-12,0 pontos) que o grupo que recebeu 1mg (-5,4 pontos), sendo a diferença (-6,6 pontos) significativa (IC=95%; p<0,001). No grupo de 25 mg, as incidências de resposta e remissão em 3 semanas, mas não resposta sustentada em 12 semanas, geralmente deram suporte aos resultados primários. Após a administração, os efeitos psicodélicos duraram entre 6 e 8 horas.

Os efeitos colaterais incluíram cefaléia, náusea, tontura e fadiga e ocorreram em 84% dos participantes no grupo de dose de 25 mg, 75% no grupo de dose de 10 mg e 72% no grupo de dose de 1 mg.

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Fonte: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2206443

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