Estudo conclui que diretrizes de ganho de peso na gestação podem e devem ser mudadas

Por Docmedia

10 abril 2024

Atualmente, as diretrizes internacionais do Instituto de Medicina dos EUA (IOM) afirmam que gestantes com obesidade devem ganhar um total de 5 a 9 kg durante a gravidez, em comparação com 11,5 a 16 kg para mulheres com peso normal. Contudo, sobrepeso e obesidade são entidades complexas e pesquisadores em todo o mundo se questionam se uma diretriz tão genérica aborda a questão como se deve.

Agora, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, concluíram um estudo que embasa mudanças nessas diretrizes do IOM. A publicação do grupo na revista The Lancet traz os dados de um estudo baseado nos registros de 15.760 gestantes com obesidade em Estocolmo e Gotland, a Coorte Perinatal de Estocolmo Gotland.

Das mulheres do estudo, 11.667 apresentavam obesidade classe 1 (IMC de 30-34,9); 3.160 tinham obesidade classe 2 (IMC de 35-39,9); e 933 tinham classe de obesidade 3 (IMC>40). O estudo incluiu gestações não gemelares que pariram entre 2008 e 2015. Essas mulheres foram acompanhadas por uma mediana de 8 anos após o parto.

Como desfechos, foram estudados eventos adversos associados ao peso na gestação como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, retenção excessiva de peso pós-parto, doença cardiometabólica materna, parto cesáreo não planejado, parto prematuro, fetos grandes ou pequenos para a idade gestacional ao nascer, natimortalidade e mortalidade infantil. Esses desfechos foram graduados por gravidade para compor um índice composto de adversidade.

Na avaliação dos resultados, os pesquisadores encontraram que o ganho de peso abaixo das recomendações atuais do IOM não resultou em qualquer aumento na ocorrência de desfechos adversos para a gravidez para mulheres com obesidade classes 1 e 2. Já para as mulheres com obesidade classe 3, a ausência de qualquer ganho de peso durante a gestação foi associada a uma redução do risco de desfechos adversos de 20%.

Com base nos achados, os autores sustentam a sugestão de redução ou abolição do limite inferior de ganho de peso (5kg-9kg), uma vez que não houve prejuízo nas classes 1 e 2.

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Fonte:

https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(24)00255-1/abstract

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