Estudo sustenta associação entre microbioma intestinal, metabólitos sanguíneos e depressão

Por Docmedia

17 maio 2023

O transtorno depressivo maior (TDM), ou simplesmente depressão, é o distúrbio do humor mais prevalente na população geral. A Organização Mundial de Saúde (OMS) denominou a doença como “o mal do século” e calcula que 450 milhões das pessoas que procuram os serviços de saúde possuem distúrbios mentais associados sem o correto diagnóstico e tratamento.

A novidade no tema é um grande estudo internacional capitaneado pela Universidade de Oxford e que conseguiu demonstrar uma ligação entre TDM, alterações no perfil de metabólitos sanguíneos e microbioma intestinal. A publicação na JAMA Psychiatry lembra que estudos anteriores já aventavam a possibilidade de uma associação entre TDM e alterações no microbioma intestinal, mas todos eles com amostras pequenas demais para demonstrar conexões verdadeiras.

O estudo atual, por sua vez, se debruçou sobre dados clínicos, metabolômicos e genéticos de 500.000 integrantes do UK Biobank. O objetivo dos pesquisadores pode ser resumido como o encontro de assinaturas metabólicas associadas à presença de TDM e a posterior correlação destas com dados metagenômicos do microbioma intestinal. Dados de pacientes com histórico de diagnóstico de TDM recente ou passado foram confrontados com dados de indivíduos sem histórico da doença.

Ao fim de sua análise, a equipe descobriu que os pacientes diagnosticados com TDM ao longo da vida eram relativamente jovens e mais propensos a serem do sexo feminino. Também foram identificadas associações entre 49 metabólitos que fazem parte do ciclo do ácido tricarboxílico e indivíduos diagnosticados com TDM.

Outro ponto de destaque foram diferenças marcantes nos níveis de ácidos graxos entre portadores de TDM e os controles. As espécies bacterianas associadas a essas descobertas também participam na manutenção dos níveis de substâncias como butirato, glutamato, serotonina e ácido gama aminobutírico, todas de alguma forma associadas à depressão de longo prazo.

Segundo os autores, seus resultados mostraram que o metabolismo energético foi perturbado em indivíduos com TDM e que a interação do microbioma intestinal e do metaboloma sanguíneo pode desempenhar um papel no metabolismo lipídico nesses indivíduos.

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Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/article-abstract/2803844

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