Bebida probiótica pode remodelar  metabolismo lipídico e auxiliar na redução da gordura

Por Docmedia

15 abril 2024

Desde o surgimento da penicilina o ser humano tem se tornado cada vez mais eficiente em combater patologias causadas por bactérias e leveduras como as infecções. Entretanto, essa estratégia pouco seletiva pode eliminar boa parte da microbiota do indivíduo.

Infelizmente, passou a ser conhecido que a redução na diversidade do microbioma, como a causada pelos antibióticos, muitas doenças e por dieta pouco nutritiva, são associadas a diversos agravos à saúde. Nesse contexto, a kombucha, uma bebida fermentada de origem provavelmente chinesa tem se tornado popular como um alimento funcional causador de vários benefícios à saúde. Contudo, faltam evidências que suportem os alegados benefícios da kombucha.

Agora, pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte apresentaram um estudo que vem reforçar um desses benefícios. A publicação da equipe na revista PLOS Genetics traz os dados de um experimento em que foi utilizado como modelo o verme nematódeo Caenorhabditis elegans.

Um grupo de animais foi dividido e parte deles passou a receber porções de ração compostas exclusivamente pela microbiota presente na kombucha. Curiosamente, os pesquisadores verificaram que os animais alimentados com a dieta de kombucha apresentaram redução significativa dos estoques corporais de gordura e das gotículas lipídicas em seus retículos endoplasmáticos.

Investigando o achado, os pesquisadores descobriram que o fenômeno não era devido à absorção deficiente de nutrientes, mas a uma alteração metabólica programada no intestino dos vermes. O consumo deste tipo de dieta desencadeou alterações transcricionais generalizadas nas principais vias do metabolismo lipídico, incluindo a regulação positiva de um conjunto de genes da lipase lisossomal que são induzidos durante a lipofagia.

A elevada atividade da lipase lisossomal, juntamente com redução na biogênese das gotículas lipídicas, foi necessária para a redução no conteúdo lipídico dos animais. Em outras palavras, os autores sustentam que a kombucha promove no C. elegans uma alteração metabólica similar ao jejum mesmo com abundância de nutrientes e que os dados do estudo fornecem uma visão mecanicista de como a bebida pode impactar o organismo humano, a depender de novos estudos.

Quer saber mais?

Fonte: https://journals.plos.org/plosgenetics/article?id=10.1371/journal.pgen.1011003

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