Proteína termogênica pode originar novos tratamentos para a obesidade

Por Docmedia

28 agosto 2023

Entre os aproximadamente 7 bilhões de seres humanos do planeta, estima-se que 1 bilhão esteja com sobrepeso e que 500 milhões de pessoas se enquadrem em critérios de obesidade. Essa verdadeira pandemia tem pesadas repercussões sobre os sistemas de saúde já que o excesso de peso está associado ao aumento do risco de desenvolvimento de uma série de doenças crônicas que incluem doenças cardiovasculares, doença hepática gordurosa não alcoólica, diabetes e mais de dez tipos de câncer.

A novidade é que uma descoberta de pesquisadores da Universidade de East Anglia e da Universidade de Cambridge pode ser determinante para o desenvolvimento de novos tratamentos para a obesidade. A publicação na Science Translational Medicine conta que o foco do trabalho foi a proteína chamada “Uncoupling protein 1” (UCP1). Essa proteína permite que o tecido adiposo marrom utilize calorias como fonte de energia para a produção de calor no processo chamado termogênese.

Até o momento, a falta de informações detalhadas sobre a composição molecular do UCP1 tem limitado as pesquisas nessa área. No entanto, o uso do microscópio eletrônico criogênico Krios G3i no Penn Singh Center for Nanotechnology permitiu à equipe visualizar o UCP1 em detalhes atômicos, revelando sua estrutura pela primeira vez.

O UCP1 é ativado por mamíferos no tecido adiposo marrom para proteção contra o frio e manutenção da temperatura corporal, principalmente em recém-nascidos, que ainda não podem tremer para se aquecer. A presença de gordura marrom varia entre os seres humanos e está correlacionada com a magreza na população. Portanto, há interesse em encontrar maneiras de estimular a gordura marrom e ativar o UCP1 como um potencial tratamento para a obesidade.

Segundo os autores, a consistência dos dados produzidos pelo estudo fornecerá informações moleculares essenciais para o desenvolvimento de terapias que possam ativar artificialmente o UCP1 e promover a queima de calorias em excesso que se encontram na forma de gordura e açúcares. Isso poderia ter implicações significativas no tratamento da obesidade e de doenças associadas, como o diabetes.

A estrutura do UCP1 e a compreensão de como ele funciona fornecem um avanço significativo na pesquisa sobre dois pontos essenciais que podem ter utilização prática: a ativação da gordura marrom e a conversão da gordura branca em gordura marrom. Exatamente por isso, esse conhecimento pode levar ao desenvolvimento de abordagens terapêuticas para queimar gordura e controlar o diabetes, ajudando a remover a glicose do sangue.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.adh4251

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