Novo método para monitorização contínua não invasiva da glicemia

Por Docmedia

27 janeiro 2023

O diagnóstico do diabetes mellitus, especialmente para os portadores da doença do tipo 1, significa a obrigatoriedade de adesão perpétua a um desconfortável protocolo de mensuração dos níveis plasmáticos de glicose e utilização de medicações orais ou injetáveis.

Efetivamente, a necessidade de perfurar a polpa digital algumas vezes por dia para monitorização da glicemia é um fator limitante da adesão ao tratamento, ou um considerável sofrimento para parte dos pacientes. Por este motivo, diversas tentativas foram feitas para o desenvolvimento de métodos mais confortáveis para a monitorização dos níveis glicêmicos.

A novidade é que pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan, na Coréia do Sul, anunciaram estarem desenvolvendo uma tecnologia para cumprir este papel. A publicação do grupo na Scientific Reports relata o desenvolvimento de um sensor eletromagnético implantável no tecido celular subcutâneo com o objetivo de medir a glicemia a partir de mínimas alterações na permissividade dielétrica causada pelas alterações na glicemia.

O sensor é capaz de absorver esses dados da matriz intersticial e transmitir as informações para um receptor com display apoiado externamente na pele. Os esforços anteriores para o desenvolvimento de sistemas de monitorização contínua da glicemia (MCG) foram a vida útil curta dos dispositivos e a precisão da previsão dos níveis glicêmicos.

Segundo os autores, ao testarem o novo sistema em modelos animais como porcos e cães da raça Beagle, o dispositivo mostrou ter superado ambos os problemas. Segundo os autores, eliminar o desconforto das repetidas picadas por um sistema de MCG confiável pode aumentar a utilização da modalidade de monitorização, facilitar a adesão de portadores da doença e melhorar a qualidade de vida dos estimados 400 milhões de indivíduos convivendo com diabetes em todo o mundo.

A equipe também realizou o teste de tolerância à glicose intravenosa e o teste oral de tolerância à glicose (TOTG) com o sensor implantado em suínos e beagles em ambiente controlado. Os resultados do experimento inicial de prova de conceito in vivo mostraram uma correlação promissora entre a glicemia e a resposta de frequência do sensor.

No momento, o grupo trabalha em adaptações necessárias para a implantação do dispositivo em condições reais em humanos.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41598-022-22128-w

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