O quanto se bebe de água por dia pode ser um hábito ou uma doença e é preciso diferenciar

Por Docmedia

17 janeiro 2024

A água é um elemento essencial à vida e deve ser consumida todos os dias em uma quantidade suficiente para que o organismo consiga manter suas funções normais. Caso a ingesta de água seja excessiva, os rins atuam para eliminar o excesso diluindo a urina. Mas o contrário também ocorre, e quando estamos desidratados, os rins atuam para reter água em seu processo de filtração, tornando a urina concentrada.

É uma recomendação geral de saúde que as pessoas adultas ingiram ao menos dois litros de água (preferencial) ou líquidos contendo água ao dia. Entretanto, do mesmo modo que alguns não ingerem toda a água necessária durante o dia, alguns extrapolam esse limite, ingerindo três ou mais litros.

Essa condição de ingerir muita água diariamente pode ser apenas um hábito, ou pode ser uma importante e potencialmente mortal deficiência hormonal e é preciso diferenciar entre ambas as situações. Nesse contexto, um esforço internacional de pesquisa capitaneado por pesquisadores do Hospital de Basiléia na Suíça comparou os dois principais métodos de diagnóstico diferencial para a síndrome poliúria-polidipsia.

A publicação do grupo no New England Journal of Medicine mostra que a deficiência endócrina que causa a síndrome poliúria-polidipsia patológica é a deficiência de vasopressina, o hormônio anti-diurético (ADH). A vasopressina é produzida na glândula hipófise a partir da detecção das condições de hidratação no organismo.

A doença causada pela deficiência de vasopressina é o diabetes insipidus, em que o indivíduo é incapaz de promover a concentração urinária e perde grandes quantidades de líquido na urina independentemente de seu status de hidratação. Como consequência da poliúria, o portador também desenvolve sede excessiva.

Atualmente, para esse diagnóstico diferencial existe o teste de infusão de sal. No entanto, devido ao aumento resultante na concentração eletrólitos no sangue, é necessário um monitoramento constante, incluindo medições a cada meia hora dessas concentrações. Por outro lado, um teste mais simples e mais facilmente tolerado utiliza uma infusão de arginina.

A arginina é um aminoácido essencial que também estimula a liberação de vasopressina e demonstrou fornecer um diagnóstico satisfatório. No estudo, os pesquisadores compararam os dois testes em uma coorte com 158 participantes adultos com polidipsia e poliúria hipotônica ou com diagnóstico conhecido de deficiência de vasopressina.

Na avaliação deste teste de não inferioridade, foi visto que a infusão de sal resultou num diagnóstico correto para mais de 95% dos pacientes, contra pouco menos de 75% de precisão no teste da arginina. Deste modo, os autores recomendam o teste de infusão de sal como padrão ouro para o diagnóstico da condição.

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Fonte: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2306263

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