Novo estudo traz avanço relevante para o tratamento do AVC

Por Docmedia

10 julho 2023

O acidente vascular cerebral (AVC) permanece como uma das principais causas de morte ou incapacidade no mundo. Entre as possíveis etiologias, o AVC isquêmico é disparado o tipo de evento mais frequente, respondendo por entre 80 e 90% dos casos.

As diretrizes atuais de tratamento recomendam que o AVC isquêmico seja tratado com o fibrinolítico alteplase (tPA). Entretanto, a administração do medicamento é complexa, exigindo até uma hora e a utilização de bomba infusora.

Agora, pesquisadores da Universidade de Toronto e colegas afirmam ter confirmado que o AVC isquêmico tem uma opção terapêutica vantajosa em comparação à alteplase. Para fazer tal afirmação, a equipe conduziu o maior ensaio clínico sobre AVC já realizado no Canadá, que foi publicado em The Lancet.

Para o estudo multicêntrico (22 centros), aberto e com desenho de grupos paralelos, randomizado e controlado, foram recrutados 1.600 indivíduos maiores de 18 anos, com diagnóstico de AVC isquêmico causador de déficit neurológico incapacitante e dentro do período de 4,5 horas da ocorrência do evento. Os participantes foram designados aleatoriamente para tratamento trombolítico com alteplase (0,9-90mg) e, bolus intravenoso seguido de infusão contínua ou tenecteplase (0,25-25mg) dose única. Ao final, o grupo com intenção de tratar teve 1.577 indivíduos, sendo 771 tratados com alteplase e 806 com tenecteplase.

O desfecho primário pesquisado foi a proporção de pacientes que tiveram modificação na pontuação realizada pela Escala de Rankin (mRS) de 0–1 em 90–120 dias após o tratamento, avaliada por meio de revisão cega na população com intenção de tratar. A não inferioridade foi atendida se o menor intervalo de confiança (IC) de 95% da diferença na proporção de pacientes que atingiram o desfecho primário entre os grupos de tenecteplase e alteplase foi maior que -5%. Além disso, a segurança de ambos os tratamentos foi avaliada em todos os participantes tratados.

Segundo os autores, o esforço que, ao final do acompanhamento, 296 (36,9%) de 802 pacientes no grupo tenecteplase e 266 (34,8%) de 765 no grupo alteplase tiveram uma pontuação de mRS de 0–1 em 90– 120 dias (diferença de risco não ajustada 2,1% [IC=95% – 2,6 a 6,9], o que atende ao critério de não inferioridade.

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Fonte: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(22)01054-6/fulltext

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