Nova abordagem para doenças neurodegenerativas baseada em prevenir a perda neuronal

Por Docmedia

1 dezembro 2022

Parte considerável das doenças neurodegenerativas tem sua sintomatologia fundamentada na disfunção e posterior perda de células neuronais. Este é o caso da doença de Parkinson, muitas neuropatias periféricas e da esclerose lateral amiotrófica. A novidade é que grupos de pesquisa da Universidade de Washington em St. Louis encontraram resultados que sugerem haver uma estratégia potencial para prevenir a perda neuronal que impulsiona todas essas doenças.

Dois artigos da universidade publicados no Journal of Clinical Investigation tiveram como foco principal a molécula SARM1, membro mais evolutivamente conservado da família Toll/Interleucina receptor 1. Desde de 2017 estudo desses grupos vêm mostrando que SARM1 é uma enzima com papel indutor crítico no processo de neurodegeneração, o que motivou mais estudos sobre o tema.

Foi descoberto que SARM1 existe habitualmente em estado desligado nas células neuronais saudáveis. Contudo, em situações de lesão ou doença, a molécula é ativada e desencadeia um choque de gasto energético tão forte que leva as células afetadas à morte. Agora. Um dos grupos de pesquisa sequenciou o genoma de portadores de uma rara síndrome neuropática progressiva sem nomenclatura estabelecida.

O trabalho mostrou que, neste caso, a ativação de SARM1 que leva à perda neuronal é decorrente de alterações no gene NMNAT2, cuja função naturalmente inclui manter SARM1 inativado. Experimentos em camundongos com a mesma mutação construída via edição gênica CRISPR reproduziu a doença e revelou intensa infiltração de células imunes com a ativação SARM1, sugerindo que tanto a desativação SARM1 quanto drogas visando as células imunes podem ser caminhos terapêuticos viáveis

Já o segundo estudo investigou o papel de SARM1 na doença de Charcot-Marie-Tooth tipo 2a, uma forma de neuropatia periférica hereditária que é um bom modelo de perda neuronal. A doença é causada por mutação na proteína mitocondrial mitofusina 2 que leva à disfunção e morte neuronal.

De forma surpreendente, também neste caso a equipe descobriu que inativar SARM1 poderia preservar esses neurônios de forma independente da mutação em mitofusina 2. 

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Fontes: https://www.jci.org/articles/view/161566 https://www.jci.org/articles/view/159800

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