Novo estudo pode flexibilizar tratamento de fratura comum em crianças

Por Docmedia

14 julho 2023

As fraturas do tórus distal do rádio, também conhecidas como “em galho verde”, ocorrem quando o rádio sofre uma compressão que lhe confere a aparência de “amassado”, porém sem um traço clássico de fratura. Isso ocorre por conta do estágio de desenvolvimento ósseo próprio da idade, tornando o tecido mais “flexível”.

As fraturas em galho verde são bastante comuns em crianças e habitualmente tratadas com a imobilização por tala rígida. Entretanto, não há uma diretriz consensual sobre o tema.

Agora, um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Oxford pode simplificar a abordagem dessas lesões, reduzindo custos dos sistemas de saúde e desconforto dos indivíduos afetados. A publicação em The Lancet conta que a equipe recrutou 965 crianças entre 4 e 15 anos com fratura do tórus distal do rádio confirmada por exame radiográfico e as randomizou 1:1 para serem tratadas com imobilização com tala rígida e acompanhamento ambulatorial padrão ou aplicação de bandagem sem acompanhamento planejado.

Foram critérios de exclusão a presença de lesões múltiplas, decurso de tempo de mais de 36 horas e incapacidade de completar o acompanhamento. O desfecho primário foi o nível de dor avaliado por uma escala de 3 dias após o tratamento, além da recuperação na utilização do membro afetado, qualidade de vida, complicações e número de faltas escolares nas 6 semanas seguintes.

Como resultado, o estudo encontrou equivalência nos resultados dos dois protocolos de tratamento, o que sugere que esse tipo de fratura em crianças pode estar recebendo excesso de tratamento. Os autores ainda sugerem que, com mais estudos confirmando tais resultados, poderemos evoluir para sequer avaliar radiologicamente parte considerável de lesões com essas características em crianças.

Quer saber mais?

Fonte: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(22)01015-7/fulltext

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