Os processos degenerativos do quadril, como as alterações resultantes da artrose, comprometem profundamente a funcionalidade e a qualidade de vida dos portadores em função da redução de movimentos e quadros dolorosos que acompanham o processo. O tratamento atual é feito com a substituição cirúrgica da articulação, procedimento realizado mais de 450.000 vezes por ano nos EUA.
Agora, um grande estudo retrospectivo comparou os resultados da artroplastia de quadril realizada com a assistência de robô com os do procedimento realizado pela técnica tradicional. A publicação no The Journal of Arthroplasty lembra que a técnica robótica é uma evolução do procedimento desenvolvida nas últimas décadas.
Na cirurgia de artroplastia robótica, o braço mecânico permite mais controle com o instrumental cirúrgico e uma tela de televisão permite que os cirurgiões vejam a anatomia óssea e a preparação da copa acetabular em tempo real. Além disso, a abordagem usa imagens 3D antes da cirurgia para identificar marcadores importantes no quadril para preparar o osso para o implante.
O estudo investigou dados de 2.247 pacientes submetidos a cirurgia de reposição de quadril entre janeiro de 2014 e junho de 2020 por vários anos após a cirurgia. O principal objetivo da equipe foi avaliar e comparar as taxas de luxação de quadril e outras complicações perioperatórias entre os dois procedimentos.
Segundo os autores, a luxação é uma das principais complicações do procedimento e pode ocorrer quando o implante não é colocado na melhor posição, levando à instabilidade. A maioria das luxações ocorrem nos primeiros meses de cirurgia e muitas vezes são causadas quando ocorre uma queda ou a execução de movimentos como torcer ou dobrar em amplitude demasiada.
Como resultados, os pesquisadores encontraram uma taxa de luxação que foi 4 vezes menor com o procedimento assistido por robótica em comparação à técnica tradicional. Além disso, o risco de instabilidade articular foi 3,5 vezes menor com o procedimento robótico em comparação à cirurgia tradicional mesmo após controle por sexo, raça, idade, cirurgia prévia da coluna vertebral e outros fatores de risco para a instabilidade.
Os autores afirmam que a maioria dos procedimentos de artroplastia de quadril são exitosos independentemente do método e que a técnica a ser utilizada deve ser decidida em conjunto entre paciente e cirurgião.
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Fonte: https://www.arthroplastyjournal.org/article/S0883-5403(22)00113-9/fulltext
