Estudo desvenda ligação entre Alzheimer e exposição ao pesticida DDT

Por Docmedia

19 maio 2023

A doença de Alzheimer (DA) é a principal causa de demência no mundo. A patogênese da doença, embora em boa parte desconhecida, envolve a produção e acúmulo em placas de formas anormais da proteína beta-amiloide. A doença é entendida como resultado de fatores genéticos, relacionados ao envelhecimento e ambientais. Dentre esses últimos, estudo da Rutgers University, da Emory University e da UT Southwestern Medical School  reuniu evidências associando o pesticida dicloro-difenil-tricloroetano (DDT) a maior risco de Alzheimer.

Agora, pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida anunciaram ter entendido essa relação. Artigo do grupo na Environmental Health Perspectives relata que o grupo utilizou células neuronais cultivadas, modelos de mosca de frutas e camundongos para estudar os efeitos da exposição ao DDT sobre o metabolismo da proteína amiloide.

Métodos como reação em cadeia da polimerase quantitativa em tempo real, ensaio multiplex, Western immunoblotting e métodos imuno-histoquímicos documentaram níveis aumentados de RNA mensageiro da proteína amiloide e da proteína precursora amiloide nos modelos celulares e animais que foram expostos ao DDT. Especificamente, chamou a atenção da equipe o comportamento de canais de sódio que funcionam como via de comunicação interneuronal.

O DDT promove abertura mantida desses canais, levando os neurônios a aumentarem o número de disparos e a secretarem maiores quantidades de peptídeos beta-amiloide. Clinicamente, esses efeitos redundaram em maiores evidências de patologia amiloide em moscas de fruta e camundongos após exposição ao DDT.

Explorando esse conhecimento, os pesquisadores também descobriram que o tratamento com tetrodotoxina, um antagonista desses canais de sódio, foi suficiente para abolir os efeitos causados pela exposição ao DDT.

Segundo os autores, os achados são importantes, porque a exposição ambiental ao DDT é um fator de risco de DA potencialmente modificável. Além disso, há vários antagonistas do canal de sódio já aprovados que poderiam ser testados para prevenir o acúmulo de beta-amiloide.

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Fonte: https://ehp.niehs.nih.gov/doi/10.1289/EHP10576

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