Nova abordagem classificatória busca prever resposta à terapia do câncer de bexiga

Por Docmedia

16 agosto 2023

O carcinoma urotelial, apresentação mais comum do câncer de bexiga, é diagnosticado em cerca de 80.000 pessoas nos EUA todos os anos. No diagnóstico, a maioria desses tumores está localizada, não invadindo a camada muscular da bexiga.

Esses tumores são classificados como de baixo, intermediário ou alto risco com base em seu tamanho, velocidade de crescimento e probabilidade de disseminação. Isso vai determinar o tipo de remoção cirúrgica a ser indicada, que será seguida por imunoterapia com Bacillus Calmette-Guerin (BCG).

A imunoterapia visa estimular a imunidade antitumoral e prevenir a recorrência, mas, por sua vez, só beneficia cerca de 50% dos pacientes. Os 50% mostram risco aumentado de recorrência em 5 anos e 20% de evolução para doença avançada e altas taxas de mortalidade.

A novidade é que um estudo capitaneado por pesquisadores Cedars-Sinai Cancer Center identificaram um subtipo da doença com risco aumentado de apresentar resistência à imunoterapia e evolução desfavorável. A publicação do grupo na Science Translational Medicine considera que o desenvolvimento de estratégias que permitam identificar precocemente os pacientes com maior risco de não responderem à imunoterapia com BCG pode permitir que esses tratamentos sejam individualizados e prevejam, por exemplo, a indicação precoce de técnicas cirúrgicas mais radicais.

A grande questão é que tais técnicas, como a cistectomia radical, embora produzam excelentes resultados de longo prazo, causam uma grande redução da qualidade de vida no curto prazo por conta de sua radicalidade. Além disso, a identificação precoce desses pacientes evitaria que suas chances de sobrevivência fossem comprometidas pelo decurso de tempo.

O estudo em questão teve como substrato o perfil molecular de cânceres de bexigas amostrados de 132 pacientes que nunca receberam tratamento com BCG e 44 pacientes cujo câncer voltou após o tratamento com BCG. A estratégia com base no perfil molecular permitiu a identificação de três diferentes subtipos de câncer vesical que foram então relacionados com os dados de evolução clínica dos participantes para determinar se algum subtipo seria mais associado ao fenômeno da recorrência do tumor.

Um dos subtipos, chamado Subtipo 3 de Resposta ao BCG (BRS3), foi mais estreitamente associado à redução da sobrevida livre de progressão e foi o mais prevalente entre os participantes que tiveram recorrência após a imunoterapia com BCG. Outro ponto importante é que o estudo demonstrou que um teste comercialmente disponível consegue identificar com precisão os tumores do subtipo BRS3. No momento, os autores se ocupam de um estudo maior de acompanhamento visando aumentar a validação do teste BSR3.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/scitranslmed.abn4118

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