Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio concluíram um estudo que pode servir como bom argumento para que crianças com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) tenham uma dieta mais rica em frutas e vegetais.
O artigo do grupo em Nutritional Neuroscience comenta que o novo estudo utilizou dados que foram coletados como parte do estudo Micronutrients for ADHD in Youth (MADDY), que examinou a eficácia de um suplemento vitamínico e mineral com 36 ingredientes para tratar sintomas de TDAH e controle emocional deficiente em 134 crianças com idades entre 6 e 12 anos (Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry).
No estudo, os pais foram chamados para preencher um detalhado questionário sobre a alimentação das crianças, incluindo os tamanhos das porções, englobando um período de 90 dias. A qualidade da dieta foi baseada no Índice de Alimentação Saudável-2015 (HEI-2015).
Um segundo questionário também foi destinado aos pais para que avaliassem e pontuassem especificamente os sintomas de desatenção que fazem parte do quadro de TDAH incluindo dificuldade em manter o foco, não seguir instruções, dificuldade em lembrar de coisas e dificuldade em estabelecer controle das emoções. No estudo MADDY, em comparação a crianças que receberam placebo, as que utilizaram o suplemento tiveram chance três vezes maior de amenizar os sintomas de TDAH e controle emocional deficiente.
Seguindo o mesmo princípio dietético, o estudo atual mostrou que, após o ajuste para covariáveis, os escores do componente HEI para ingestão total de frutas (B=-0,158, p=0,037) e ingestão total de vegetais (B=-0,118, p=0,004) foram negativamente associados à desatenção. Em outras palavras, consumir frutas e vegetais de qualidade ajudou as crianças do estudo a suavizar os sintomas de desatenção do TDAH.
Outra possibilidade aberta é que, no primeiro atendimento, ou em caso de piora dos sintomas, os profissionais revisem o acesso das crianças com diagnóstico de TDAH a alimentos de qualidade ao mesmo tempo em que cogitam uma possível prescrição de medicamentos, ou um ajuste de dose.
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Fonte: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/1028415X.2022.2071805