A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é um distúrbio neurodegenerativo que afeta o neurônio motor. Como resultado, o portador vai perdendo progressivamente o controle da musculatura esquelética até entrar em insuficiência respiratória. A doença afeta o cérebro e a medula espinhal e ainda não tem tratamento, embora algumas alternativas, incluindo eletroestimulação, têm sido tentadas.
A novidade é que um grupo de pesquisa do Projeto Cérebro Humano com integrantes do Institut de Neurosciences des Systèmes de Marselha, da Universidade Parthenope de Nápoles, do Instituto de Diagnóstico e Cuidados Hermitage Capodimonte e da Universidade Monash desenvolveram uma tecnologia que promete ajudar a prever a evolução da doença e o resultado de diferentes tratamentos.
A publicação em Neurology conta que o conceito utilizado no trabalho foi o de flexibilidade cerebral, ou seja, a capacidade do órgão de se reconfigurar para responder a estímulos. No estudo, a coleção de todos os padrões únicos de repertório funcional de um cérebro estudado foram utilizados como uma medida da flexibilidade cerebral. Esses dados foram coletados do cérebro de 42 pacientes portadores de ELA e 42 voluntários saudáveis utilizando a magnetoencefalografia do cérebro em repouso.
O método é mais confortável para os participantes por evitar a realização de uma série de tarefas. De forma simplificada, quanto maior a coleção de padrões únicos de repertório funcional em um cérebro, mais flexível e mais saudável é o órgão, ao passo que maior restrição funcional é compatível com maior gravidade do quadro de ELA.
Segundo os autores, seus dados mostram que agora se dispõe de um marcador confiável para o acompanhamento da doença. Além disso, o próximo objetivo do grupo é utilizar a magnetoencefalografia para acompanhar pacientes com a doença no longo prazo e promover ajustes personalizados no tratamento.
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Fonte: https://n.neurology.org/content/early/2022/09/30/WNL.0000000000201200
