Molécula chave é finalmente relacionada com efeitos duradouros na asma grave

Por Docmedia

30 janeiro 2023

Em pacientes asmáticos, as células T do sistema imune reagem exageradamente a diferentes gatilhos e inundam as vias aéreas com diferentes citocinas inflamatórias. O resultado disso é hiperreatividade, inflamação e remodelação tecidual que podem limitar a função respiratória até o nível de gravidade de provocar a morte.

A novidade é que pesquisadores do Instituto de Imunologia La Jolla e parceiros da farmacêutica Kiowa Kirin anunciaram a identificação de uma citocina inflamatória específica relacionada à remodelação tecidual na asma grave. O artigo no Journal of Allergy and Clinical Immunology lembra que as terapias atuais para asma visam combater principalmente a inflamação das vias aéreas.

Embora isso melhore os sintomas em boa parte das vezes, permite que outras duas vias de lesão permaneçam em atividade; a hiperreatividade e a remodelação tecidual. Especificamente, a remodelação tecidual resulta em espessamento das vias aéreas que repercute como perda progressiva da função pulmonar ao longo do tempo, especialmente em portadores de asma grave.

Em trabalho anterior, a equipe havia identificado a citocina pró-inflamatória LIGHT, que acreditavam associada à remodelação tecidual. LIGHT também é encontrada em maiores quantidades no escarro de portadores de asma grave. No estudo atual, o grupo comprovou que LIGHT exerce importante influência sobre as células musculares lisas da árvore respiratória, que aumentam em número e tamanho na presença da citocina.

A investigação também mostrou que um dos dois receptores para LIGHT, o LT?R, é altamente expresso na musculatura lisa das vias aéreas. Em camundongos, os pesquisadores demonstraram que o bloqueio da interação LIGHT-LT?R é suficiente para eliminar ou reduzir significativamente a ocorrência de remodelação tecidual.

Segundo os autores, suas descobertas sugerem que, embora não seja a única citocina envolvida na asma, LIGHT provavelmente exerce um dos efeitos mais deletérios coordenando a remodelação tecidual e aumentando de modo sustentado a resistência das vias aéreas ao fluxo de ar.

Com esse conhecimento, novos medicamentos poderão direcionar a remodelação tecidual e melhor os resultados dos pacientes, principalmente os portadores de asma grave.

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Fonte: https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(22)01622-0/pdf

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