Estudo identifica nova abordagem terapêutica para a doença pulmonar obstrutiva crônica

Por Docmedia

16 março 2023

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um distúrbio pulmonar crônico caracterizado por inflamação e obstrução nas vias aéreas associada à morte celular. Em qualquer de suas formas de apresentação, a DPOC carece de tratamentos eficazes e figura como uma das principais causas de morte em todo o mundo.

A novidade é que pesquisadores do Centenary Institute, da Universidade Tecnológica de Sydney, ambos na Austrália, e do belga Ghent University Hospital anunciaram resultados animadores com um tratamento experimental baseado no direcionamento de uma proteína relacionada à doença. Artigo recente publicado European Respiratory Journal revela que o foco do trabalho foi a proteína receptor de interação serina/treonina quinase 1 (RIPK1).

Codificada pelo gene de mesmo nome, essa proteína desempenha um papel na inflamação e morte celular em resposta ao dano tecidual, reconhecimento de patógenos e como parte da regulação do desenvolvimento. O resultado de sua ativação é a morte celular em um processo chamado necroptose. Ocorre que a equipe encontrou abundância de RIPK1 nos tecidos pulmonares de portadores de DPOC assim como nos pulmões de modelos murinos da doença.

Partindo do princípio de que a principal causa do DPOC é o dano tecidual causado pelo tabagismo, mas também por outros irritantes que incluem desde poeira até poluição atmosférica, surgiu a suspeita de relação direta entre o aumento de RIPK1 e o mecanismo patogênico subjacente. Para testar essa hipótese, os pesquisadores realizaram experimentos em outro grupo de camundongos portadores de DPOC nos quais a atividade do gene RIPK1 foi bloqueada.

Felizmente, o resultado de tal experimento foi um efeito protetor consistente contra os danos característicos da DPOC. No exame de microscopia, os pulmões dos animais mostraram mudanças estruturais reduzidas nas vias aéreas e danos reduzidos aos alvéolos pulmonares. Dito de outra forma, a inibição RIPK1 inibiu a inflamação tecidual e a consequente morte celular por necroptose.

Segundo os autores, o conjunto desses dados fornece um novo e empolgante caminho de estudo para o tratamento da DPOC, uma doença pulmonar incurável e frequentemente fatal.

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Fonte: https://erj.ersjournals.com/content/early/2022/12/01/13993003.01506-2022

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