Metabólito urinário identifica asma grave e pode originar novos tratamentos

Por Docmedia

13 julho 2023

A asma é um distúrbio pulmonar que afeta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Parte desses pacientes não responde bem ao tratamento, ainda que com várias drogas, apresentando um quadro respiratório grave que inclusive pode levar à morte. Apenas essa informação já enseja a necessidade de aprimoramento na terapia da asma grave, o que pode ter relação com a nova descoberta de pesquisadores da Edith Cowan University.

Recentemente, o grupo anunciou a identificação de um metabólito urinário capaz de diferenciar a asma grave dos demais quadros da doença e também de indivíduos saudáveis. O artigo da equipe no European Respiratory Journal lembra que normalmente a asma grave requer tratamento com múltiplas drogas incluindo os corticoides e que isso pode modificar o funcionamento metabólico do organismo (metabótipo), dificultando a identificação dos mecanismos subjacentes da doença.

Deste modo, os pesquisadores decidiram investigar processos metabólitos desregulados nos portadores de asma grave. Isso foi feito por meio de amostras de urina de 100 indivíduos saudáveis, 87 portadores de asma leve a moderada e 418 portadores de asma grave da coorte U-BIOPRED. Parte dos portadores de asma grave (n=305) também forneceram amostras longitudinais após 12 a 18 meses. Os dados de metabolômica foram adquiridos por espectrometria de massa de alta resolução e analisados por métodos univariados e multivariados.

O esforço revelou 90 metabólitos, sendo 40 significativamente alterados (p<0,05, taxa de falsa descoberta <0,05) na asma grave e 23 pelo uso de corticoterapia. A equipe também descobriu que os metabólitos observados em participantes saudáveis e pacientes com asma leve a moderada diferiram significativamente daqueles em pacientes com asma grave e que pacientes asmáticos tratados com corticoides diferiam significativamente de pacientes não tratados.

Além disso, chamou a atenção do grupo a redução do metabolismo da carnitina, com a característica de ser uma alteração relacionada à asma grave, mas independente da corticoterapia. A alteração no metabolismo da carnitina foi associada à disfunção mitocondrial, o que pode configurar o achado como um potencial alvo terapêutico na asma grave.

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Fonte: https://erj.ersjournals.com/content/59/6/2101733

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