Metabólito bacteriano leva à morte neuronal e declínio cognitivo em camundongos

É cada vez mais forte o corpo de evidências que associa a saúde cerebral ao status do microbioma intestinal. Agora pesquisadores da Universidade do Texas e da Universidade de Louisville avançaram neste conceito de identificaram um metabólito bacteriano capaz de induzir morte neuronal e declínio cognitivo.
Por Docmedia

24 agosto 2022

É cada vez mais forte o corpo de evidências que associa a saúde cerebral ao status do microbioma intestinal. Agora pesquisadores da Universidade do Texas e da Universidade de Louisville avançaram neste conceito de identificaram um metabólito bacteriano capaz de induzir morte neuronal e declínio cognitivo.

O artigo do grupo na Cell Host & Microbe revela que o trabalho teve como foco o metabólito isoamilamina (IAA), produzido por bactérias da família Ruminococcaceae, e seu efeito sobre o declínio cognitivo. Em primeiro lugar, os pesquisadores descobriram que a IAA tende a aumentar no organismo com o envelhecimento, principalmente em função do aumento de bactérias Ruminococcaceae.

Além disso, IAA pode atravessar a barreira hematoencefálica, o que atraiu ainda mais interesse dos pesquisadores. A fim de traçar o caminho de IAA do intestino para o cérebro e mensurar o impacto que poderia ter, foi desenvolvida uma nova técnica em que uma modificação da eletroforese que permitia o rastreamento de mudanças na mobilidade do DNA.

Em seguida, a equipe incubou o gene responsável por detectar e responder ao envelhecimento em camundongos (S100A8) com IAA. Deste modo, foi visto que IAA se liga em uma região promotora do gene S100A8, aumentando sua expressão e estimulando a síntese de corpos apoptóticos que levam à morte celular.

Além disso, testes com camundongos mostraram que animais jovens e saudáveis alimentados com IAA eram mais propensos a apresentar declínio cognitivo, ao passo que animais mais idosos em que a produção de IAA foi bloqueada no intestino tendiam a mostrar melhorias no desempenho cognitivo.

Segundo os autores, suas descobertas são cativantes, mas precisam de mais estudos que provem ser possível reproduzir esses efeitos em seres humanos. Se assim o for, promover o bloqueio de IAA no intestino pode ser uma abordagem viável contra o declínio cognitivo.

Fonte: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1931312822002657

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