Modelo preditivo de inteligência artificial ajuda a diagnosticar Alzheimer mais cedo

Por Docmedia

11 setembro 2023

A doença de Alzheimer (DA) é a principal causa de demência em todo o mundo. A deposição cerebral de proteínas anormais promove o surgimento de déficits de memória e cognição que reduzem a independência e a qualidade de vida dos portadores. Atualmente, o diagnóstico da doença se fundamenta em testes clínicos e neuroimagem, evidenciando o processo de deposição de proteínas anormais no cérebro. Tal processo é lento e fica mais evidente apenas quando a doença já está instalada.

A novidade é que pesquisadores do Imperial College Healthcare NHS Trust anunciaram o desenvolvimento de uma técnica que promete agilizar o diagnóstico da DA, inclusive em estágios mais precoces. A publicação em Communications Medicine conta que o grupo adaptou um algoritmo utilizado na classificação de câncer e o trouxe para análise do sistema nervoso central. Deste modo, um simples exame de ressonância magnética nuclear (RMN) em máquina Tesla padrão 1.5 amplamente disponível é utilizado para dividir o tecido cerebral em 115 regiões em que até 660 características como tamanho, forma e textura são registradas e classificadas (mesoscopia morfofuncional).

O algoritmo foi alimentado com dados e treinado para identificar mudanças nas características de cada região que pudessem ser específicas da DA. O algoritmo foi então aplicado a exames de um grupo de mais de 400 pessoas, entre portadores de DA em estágio avançado e precoce, controles saudáveis e portadores de outros distúrbios neurodegenerativos, incluindo Parkinson e demência fronto-temporal.

Como resultado, o novo método baseado em RMN foi capaz de diferenciar os portadores da DA dos demais em 98% dos casos. Além disso, em 79% dos casos o algoritmo conseguiu diferenciar entre os estágios precoce e avançado da DA.

Segundo os autores, seus resultados têm o potencial de simplificar e aprimorar o diagnóstico da DA, poupando tempo e angústia desses pacientes e permitindo que busquem suporte mais cedo e programem seu futuro. Além disso, a identificação precoce da doença pode permitir melhor compreensão de sua evolução e o surgimento de novas abordagens terapêuticas.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s43856-022-00133-4

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