Mais evidências sugerem que evitar alimentos ultraprocessados é uma boa atitude

Por Docmedia

7 março 2024

Uma alimentação saudável está entre os principais pilares para a boa saúde. Fortes evidências sugerem que um maior consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um risco aumentado de diferentes resultados prejudiciais para a saúde, incluindo câncer, doenças cardíacas e pulmonares graves, doenças psiquiátricas e morte precoce. Entretanto, falta uma avaliação ampla das evidências neste tema.

A novidade é que pesquisadores da Deakin University decidiram preencher esta lacuna e realizaram um grande estudo de revisão. O esforço resultou em uma publicação no British Medical Journal que incluiu 45 meta-análises agrupadas distintas de 14 artigos de revisão que associavam alimentos ultraprocessados a resultados adversos para a saúde.

Os artigos incluídos foram todos publicados nos últimos três anos, envolveram quase 10 milhões de participantes e nenhum deles teve financiamento de empresas envolvidas na produção desse tipo de alimentos. A participação estimada de alimentos ultraprocessados na dieta dos participantes foi obtida a partir de uma combinação de questionários de frequência alimentar, recordatórios alimentares de 24 horas e histórico alimentar, e foram medidas como maior versus menor consumo, porções adicionais por dia ou um incremento de 10%.

As evidências surgidas foram classificadas como convincentes, altamente sugestivas, sugestivas, fracas ou nenhuma evidência. Também foi avaliada a qualidade da evidência como alta, moderada, baixa ou muito baixa.

A avaliação dos dados mostrou que uma maior exposição a alimentos ultraprocessados foi consistentemente associada a um risco aumentado de 32 resultados adversos para a saúde. Foram consideradas convincentes as evidências que mostraram que uma maior ingestão de alimentos ultraprocessados estava associada a um risco cerca de 50% maior de morte relacionada a doenças cardiovasculares, um risco 48-53% maior de ansiedade e transtornos mentais comuns e um risco 12% maior de diabetes tipo 2.

Foram classificadas como altamente sugestivas as evidências indicando que uma maior ingestão desses alimentos estava associada a um risco 21% maior de morte por qualquer causa, um risco aumentado de 40-66% de morte relacionada a doenças cardíacas, obesidade, diabetes tipo 2 e problemas de sono, além de um risco aumentado em 22% de desenvolver depressão. As demais associações entre alimentos ultraprocessados e agravos de saúde permaneceram limitadas.

Mesmo admitindo que as revisões abrangentes só podem fornecer visões gerais de alto nível e não podem excluir a possibilidade de que outros fatores não medidos e variações, os autores sustentam que seus resultados resistem a uma avaliação rigorosa e são suficientes para indicar o caminho de ações de saúde pública que procurem atingir e minimizar o consumo de alimentos ultraprocessados como forma de melhorar a saúde da população.

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Fonte: https://www.bmj.com/content/384/bmj-2023-077310

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