Identificados dois genes relacionados à resistência medicamentosa no câncer de cabeça e pescoço

Por Docmedia

18 outubro 2023

O câncer de cabeça e pescoço é o quinto câncer mais incidente no Brasil, tanto em homens como em mulheres, resultando em aproximadamente 10.000 mortes por ano. De modo geral, o tratamento desses tumores se baseia na cirurgia, quando possível, e esquemas padrão de radioterapia e quimioterapia.

Ainda assim, a taxa de sobrevida em 5 anos gira em torno de apenas 25% porque esses tumores costumam apresentar resistência ao tratamento. A novidade é que pesquisadores da Queen Mary University of London anunciaram ter identificado dois genes intimamente ligados à quimiorresistência nesses tumores.

A publicação na revista Molecular Cancer conta que a identificação dos genes NEK2 e INHBA foi fruto da utilização de um método chamado mineração de dados. Utilizando 12 cepas de linhas celulares de câncer de cabeça e pescoço quimiorresistentes, a equipe testou separadamente o silenciamento de 28 diferentes genes e seu resultado na resposta do tumor. Com isso, foi visto que tanto o silenciamento de NEK2 como de INHBA aumentou em 30 vezes a sensibilidade desses tumores ao quimioterápico cisplatina.

Posteriormente, os pesquisadores investigaram em uma biblioteca química e descobriram duas moléculas capazes de regular negativamente a expressão de NEK2 e INHBA. A sirodesmina A e o carfilzomibe são toxinas provenientes de um fungo e uma bactéria respectivamente.

Segundo os autores, suas descobertas são importantes porque podem potencialmente melhorar os números do câncer de cabeça e pescoço ao tornarem esses tumores mais sensíveis a um quimioterápico já disponível. Além disso, pode ser possível identificar os pacientes com maior chance de se beneficiarem desta abordagem ao verificar em seus tumores os níveis de expressão de NEK2 e INHBA.

Por fim, os autores lembram que esses dois genes estão em atividade em muitos outros tipos de cânceres humanos, o que pode fazer com que os potenciais benefícios desse tipo de abordagem possam ser ampliados para mais pacientes.

Quer saber mais?

Fonte: https://molecular-cancer.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12943-023-01846-3

Total
0
Shares

Deixe uma resposta

Postagens relacionadas
%d blogueiros gostam disto: