O câncer colorretal (CCR) é habitualmente uma doença que acomete pessoas mais velhas e tem enfrentado uma sensível melhora em seu prognóstico a partir da instituição de protocolos de rastreamento neste grupo etário. Já o CCR de início precoce, considerado aquele que surge antes dos 50 anos de idade, tem visto sua incidência dobrar nas últimas décadas e com uma tendência de pior prognóstico por ser diagnosticado em estágios mais avançados em comparação com indivíduos idosos.
A novidade é que um estudo de pesquisadores da Universidade de Washington (St. Louis) pode ter encontrado um conjunto de sintomas que sinalizam risco aumentado da doença e podem ser utilizados para melhorar esses números. A publicação no Journal of National Cancer Institute traz os resultados de um estudo que utilizou uma ferramenta de big data que fornece informações longitudinais e não identificadas com base em dados de sinistros de seguros de saúde, o IBM MarketScan Commercial Database.
O algoritmo foi aplicado em uma lógica de caso-controle pareado a dados de 5.075 casos de CCR de início precoce entre beneficiários de seguros comerciais nos EUA, uma coorte total estimada em 113 milhões de adultos com idades entre 18 e 64 anos. O objetivo da estratégia era identificar eventuais sinais ou sintomas que fossem mais prevalentes no grupo de indivíduos que apresentou CCR de início precoce em comparação ao conjunto de indivíduos controle sem a doença. Outro ponto é que esses eventuais sinais de alerta estivessem presentes nas queixas dos indivíduos em um período entre 3 meses e dois anos anteriormente ao diagnóstico do CCR.
Como resultado, os pesquisadores encontraram um conjunto de 4 sinais que concluíram aumentar o risco de um CCR estar presente e devem servir como alerta: dor abdominal, sangramento retal, diarreia e anemia ferropriva. Em termos de risco, a equipe estima que ter um único destes sintomas quase dobra o risco de CCR; ter dois sintomas aumenta o risco em mais de 3,5 vezes; e ter três ou mais aumenta o risco em mais de 6,5 vezes.
Deste modo, os autores advogam que a identificação destes sintomas em indivíduos abaixo dos 50 anos deve ser seguida por uma investigação direcionada visando aprimorar o diagnóstico e o prognóstico dos casos de CCR de início precoce.
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