Identificação de gene imunossupressor melhora tratamento do glioblastoma

Por Docmedia

23 abril 2021

Pesquisadores da Universidade do Texas fizeram uma descoberta que pode racionalizar o tratamento dos gliomas (GBM). A descoberta foi anunciada na Nature Medicine e teve como base o estudo de tumores humanos para gerar hipóteses de teste em laboratório. Os pesquisadores utilizaram citometria de massa (CyTOF) e sequenciamento de RNA unicelular para identificar subconjuntos de células imunes com potencial de interferência na progressão da doença em tumores de 94 pacientes com 5 tipos de tumores, dentre eles o GBM. As análises compararam células em infiltrados imunes que eram compartilhadas ou específicas para tumores individuais.

O achado mais relevante foi o de um grupo de macrófagos particular às amostras de GBM. Essas células expressaram CD68, um marcador para macrófagos. O metacluster CD68 também expressou altos níveis do gene CD73 e outras moléculas ligadas à imunossupressão. Um segundo grupo de amostras de tumores GBM foi examinado e mostrou as mesmas alterações. Outro fator importante é que esse grupo de células permaneceu em atividade mesmo em tumores tratados com o imunoterápico anti-PD-1 pembrolizumabe, sugerindo um papel dessas células CD73 na falha da imunoterapia.

Para testar isso, um grupo de ratos com tumores GBM foi avaliado para a presença do CD73 e recebeu uma de duas condutas: tratamento com anti-PD-1 ou tratamento combinado anti-PD-1/anti-CTLA-4. A combinação de imunoterapias impediu o crescimento do tumor e aumentou a sobrevivência nos animais com CD73 intacto, ao passo que a imunoterapia anti-PD-1 isolada não afetou a sobrevida. Na ausência de CD73 o crescimento do tumor intracraniano foi impedido e os ratos exibiram uma sobrevida melhorada, confirmando o papel imunossupressor do CD73 no GBM. Com esses resultados e os igualmente promissores resultados pré-clínicos de anticorpos anti-CD73 já em desenvolvimento, os pesquisadores apostam em uma terapia combinada visando o CD73 somada ao bloqueio PD-1 e CTLA-4 como estratégia promissora de tratamento.

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