A manutenção de um status ósseo saudável durante o contínuo processo de remodelação óssea requer um delicado equilíbrio entre a produção de osso novo desencadeada pelos osteoblastos e o processo de reabsorção mediado pelos osteoclastos. Uma série de doenças relativamente comuns como osteoporose, artrite e doença periodontal cursam com perda de massa óssea decorrente do desequilíbrio deste processo com predominância da atividade osteoclástica.
A novidade é que pesquisadores da Universidade da Pensilvânia e colegas anunciaram a identificação de uma proteína chave na regulação da atividade osteoclástica, o que pode originar novas estratégias terapêuticas. A publicação em Proceedings of National Academy of Sciences conta que o foco do trabalho foi a proteína IFT80.
As proteínas da família IFT despertaram interesse por atuarem no transporte de proteínas em células T, que compartilham com os osteoclastos como progenitores as células-tronco hematopoiéticas. Nessas células, as IFTs entram na composição dos cílios e ajudam no transporte de outras proteínas entre a base e a extremidade e vice-versa.
No estudo em questão, a equipe da Pensilvânia investigou o papel específico de IFT80 nos osteoclastos, o que foi feito por meio de um modelo murino com bloqueio genético da expressão do gene nos precursores osteoclásticos.
Como resultado, os animais manipulados geneticamente exibiram volume ósseo menor e aproximadamente o dobro de osteoclastos que os animais de controle. No nível molecular, foi descoberto que IFT80 interagiu com a proteína Cbl-b em uma via de degradação de proteínas dos osteoclastos, preservando sua ação.
Com sua atividade mantida, Cbl-b degrada a proteína TRAF6, crítica para a diferenciação dos osteoclastos. Além disso, IFT80 suprime uma via de sinalização governada pelas proteínas RANKL e RANK, também relacionadas à produção de osteoclastos.
O conjunto de todas essas descobertas fez com que os autores aumentassem a expressão de IFT80 em uma linhagem de camundongos que desenvolvem perda de massa óssea por hiperatividade osteoclástica e obtiveram como resultado aumento do volume ósseo e redução do número de osteoclastos.
Por todos esses motivos, o IFT80 é hoje considerado um alvo interessante contra doenças em que há perda de massa óssea.
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