Mais uma vez a atividade da leptina é vista como potencial terapia para obesidade

Por Docmedia

16 março 2023

A manutenção de um corpo com peso considerado saudável é um dos pilares básicos para a boa saúde, mas também um enorme desafio para parte considerável das pessoas. O sobrepeso e a obesidade, condições associadas a uma série de doenças, acometem 60,3% dos brasileiros conforme dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2020.

Na busca por auxiliar as pessoas a manterem um peso saudável, pesquisadores do Baylor College of Medicine, da Central South University-China e da University of Texas anunciaram que um mecanismo relacionado à atividade do hormônio leptina pode originar novas abordagens terapêuticas de gerenciamento da obesidade. A publicação na revista Nature Metabolism comenta que, em condições normais, a leptina funciona como um regulador do peso corporal.

O hormônio é produzido no tecido adiposo e sinaliza ao cérebro o status de reserva calórica do organismo. Ou seja, quanto mais tecido adiposo existe, mais leptina é produzida e maior a sinalização ao cérebro para que aumente o gasto energético inibindo o apetite. Em função disso, a suplementação de leptina foi tentada como terapia para a obesidade induzida por dieta. Infelizmente, o que se viu foi o surgimento de um mecanismo semelhante à resistência insulínica do diabetes tipo 2, em que, mesmo altos níveis de leptina não conseguem mais induzir a supressão do apetite e o aumento do gasto energético.

No estudo atual, os pesquisadores focaram em moléculas com capacidade de regular a atividade da leptina visando oportunidades de evitar o fenômeno da resistência. Em camundongos, a equipe bloqueou ou estimulou a atividade de diferentes moléculas e observou os efeitos sobre o peso corporal. Quando este foi feito com o gene GRB10, que codifica a proteína 10 ligada ao receptor do fator de crescimento, também conhecida como proteína de ligação ao receptor de insulina Grb-IR, os efeitos foram notáveis.

A eliminação de GRB10 no cérebro dos animais promoveu maior ingestão de alimentos e menor gasto energético, ao passo que sua estimulação inibiu o apetite, promoveu aumento do gasto energético e perda de peso. Mecanisticamente, GBR10 atua de forma diferente de outros reguladores da leptina, uma vez que se liga diretamente ao receptor leptínico dos neurônios e forma um complexo que potencializa a sinalização de leptina.

Segundo os autores, tais achados apoiam tentativas de desenvolvimento de estratégias contra a obesidade baseadas em GRB10.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s42255-022-00701-x

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