Identificada proteína capaz de prevenir as metástases do câncer mama

Por Docmedia

19 março 2024

Em termos de câncer de mama, houve enormes avanços nas técnicas de diagnóstico e tratamento nas últimas décadas. Habitualmente, tumores identificados e tratados de forma precoce podem ser curados ou alcançar remissão clínica prolongada. Sendo assim, permanece como principal desafio nestes tumores a presença de metástase, que estudos mostram ser a efetiva causadora de progressão da doença e morte em até 90%.

Nesse contexto, a novidade é um estudo de pesquisadores do Centro de Câncer da Universidade de Cincinnati que identificaram uma proteína que afirmam ser capaz de prevenir a metástase de um subtipo específico do câncer de mama. A publicação do grupo na revista Cell Reports conta que o foco do trabalho foram células de tumores de mama HER2-positivos.

Respondendo por cerca de 20% de todos os cânceres de mama, os tumores HER2-positivos tendem a ser mais agressivos que outros subtipos. Outro foco do trabalho foi a função celular chamada autofagia, um processo de depuração celular que estudos anteriores sugerem estar disfuncional em muitos casos de desenvolvimento e progressão de tumores.

Especificamente, mas sem se aprofundar nos mecanismos envolvidos, um estudo de 2021 do mesmo grupo descobriu que o bloqueio da autofagia em células de câncer de mama HER2-positivas ajudou a eliminar o desenvolvimento do câncer em um modelo animal da doença. Agora, os pesquisadores utilizaram uma biblioteca com 171 genes relacionados à autofagia e utilizaram a técnica de edição genética CRISPR-Cas9 para desligar individualmente cada um dos genes e verificar os efeitos em células de tumores de mama HER2-positivos.

O esforço permitiu a identificação de uma proteína (P47) moduladora da ocorrência de metástases. Clinicamente, menores níveis de atividade de P47 se relacionam com maiores taxas de metástase.

Os autores sugerem que estratégias visando potencializar a atividade P47 podem ser benéficas para conter a ocorrência de metástases nos tumores de mama HER2-positivos. Futuramente, a equipe de pesquisa buscará aprender mais sobre o mecanismo de ação e o potencial do p47 para ser desenvolvido como terapêutico.

Quer saber mais?

Fonte: https://www.cell.com/cell-reports/fulltext/S2211-1247(24)00108-6?_returnURL=https%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS2211124724001086%3Fshowall%3Dtrue

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Até recentemente, os cânceres de mama eram divididos como sendo positivos ou negativos para o receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2). Uma vez assim classificada, a paciente é considerada apta para medicações que direcionam o HER2, em caso positivo, ou para a quimioterapia padrão. Agora, um estudo multicêntrico capitaneado por integrantes do Sloan Kettering Cancer Center pode consolidar uma importante mudança de prática em relação a essas pacientes.
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