Comparação entre métodos de indução do parto favorece Krause como mais seguro

Por Docmedia

11 janeiro 2023

Seja pelo prolongamento da gestação até além de seu termo, ou pela ocorrência de intercorrências como diabetes gestacional ou patologias hipertensivas, é cada vez maior o rol de indicações para a indução eletiva do parto vaginal. Os dois métodos mais utilizados, indução farmacológica com prostaglandinas (misoprostol) e indução mecânica por balão (método de Krause) foram mostrados como equivalentes em eficiência por estudos.

Agora, pesquisadores da Monash Health e da Monash University conduziram um estudo para encontrar o método mais seguro. A publicação em The Lancet mostra que a equipe realizou uma extensa metanálise englobando ensaios clínicos randomizados publicados e não publicados com dados de nascimentos de gestações únicas ocorridos entre 19 de março de 2019 e 1 de maio de 2021.

Os desfechos primários pesquisados foram parto por cesariana (eficácia), indicação para parto por cesariana (misto), resultado perinatal adverso composto (segurança do feto) e resultado materno adverso composto (segurança materna). Estatisticamente, foi utilizado o princípio da intenção de tratar para a análise principal. A meta-análise primária usou modelos de efeitos aleatórios de dois estágios e a análise de sensibilidade usou modelos mistos de um estágio. Todos os modelos foram ajustados para idade materna e paridade.

Ao total, foram incluídos 12 estudos com uma coorte total de 5.460 mulheres. A taxa cesariana não teve diferença significativa entre os grupos com Krause e prostaglandina (12 ensaios, 5.414 mulheres; incidência bruta 27,0%; OR ajustado [aOR]=1,09; IC 95% 0,95–1 ·24; I 2 =0%). O mesmo foi encontrado para parto cesáreo por falha de progressão (11 ensaios, 4601 mulheres; aOR 1,20, IC 95% 0,91–1,58; I 2 =39%) ou cesariana indicada por sofrimento fetal (10 ensaios, 4.441 mulheres; aOR 0,86, 95% CI 0,71-1,04; I 2=0%).

O resultado perinatal adverso composto foi menor em mulheres induzidas com Krause em comparação àquelas que utilizaram prostaglandinas vaginais (10 ensaios, 4.452 recém-nascidos, incidência bruta 13,6%; aOR 0,80, IC 95% 0,70–0· 92; I 2 =0%). Não houve diferença significativa no resultado materno adverso composto (10 ensaios, 4326 mulheres, incidência bruta 22,7%; aOR 1,02, IC 95% 0,89–1,18; I 2 =0%).

Segundo os autores, seus resultados equivalem os dois métodos em termos de segurança materna e eficácia comparáveis, mas o Krause leva a menos efeitos adversos para o feto que o misoprostol.

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Fonte: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(22)01845-1/fulltext

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