Conjugado anticorpo-droga mostra benefício em um grupo maior de pacientes com câncer de mama

Até recentemente, os cânceres de mama eram divididos como sendo positivos ou negativos para o receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2). Uma vez assim classificada, a paciente é considerada apta para medicações que direcionam o HER2, em caso positivo, ou para a quimioterapia padrão. Agora, um estudo multicêntrico capitaneado por integrantes do Sloan Kettering Cancer Center pode consolidar uma importante mudança de prática em relação a essas pacientes.
Por Docmedia

25 agosto 2022

Até recentemente, os cânceres de mama eram divididos como sendo positivos ou negativos para o receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2). Uma vez assim classificada, a paciente é considerada apta para medicações que direcionam o HER2, em caso positivo, ou para a quimioterapia padrão.

Agora, um estudo multicêntrico capitaneado por integrantes do Sloan Kettering Cancer Center pode consolidar uma importante mudança de prática em relação a essas pacientes. A publicação no New England Journal of Medicine revela que parte das pacientes antes considerada negativa para a expressão do HER2 pode, na verdade, conter baixas taxas de expressão da proteína.

Como resultado, esse grupo de pacientes teria sim indicação e benefícios com o direcionamento do HER2. O fármaco estudado foi o Enhertu, um conjugado anticorpo-droga contendo trastuzumabe deruxtecano. O medicamento direciona HER2 e tem ação tóxica direta sobre as células cancerígenas. O estudo recrutou 557 pacientes com câncer de mama metastático baixo HER2 que receberam uma ou duas linhas anteriores de quimioterapia.

A baixa expressão de HER2 foi definida como uma pontuação de 1+ na análise imuno-histoquímica ou como uma pontuação de imuno-histoquímica de 2+ e resultados negativos na hibridização in situ. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente em uma proporção de 2:1 para receber trastuzumabe deruxtecano ou a escolha do médico de quimioterapia.

A droga interrompeu o progresso do câncer por cerca de 10 meses em comparação com cerca de 5 meses e meio no grupo recebendo cuidados regulares. A droga melhorou a sobrevida geral em cerca de seis meses, de 17,5 meses para 23,9 meses.

Segundo os autores, é a primeira vez que se dispõe de um medicamento para direcionar esse baixo nível de expressão de HER2, sendo a consolidação da relevância clínica dos tumores com baixa expressão de HER2, que a partir de agora podem finalmente se tornar uma população alvo.

Fonte: New England Journal of Medicine https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2203690

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