Uma abordagem inovadora para protege a fertilidade após quimioterapia

Por Docmedia

21 novembro 2023

A fertilidade feminina é dependente da existência de oócitos nos ovários, a chamada reserva ovariana. Na infelicidade de a mulher ter um câncer diagnosticado em idade fértil e sem prole, um desafio de preservação da fertilidade se impõe, já que tratamentos antineoplásicos como a quimioterapia atingem as células cancerígenas e também as células sadias.

E uma das consequências disso é a depleção em graus variáveis da reserva ovariana, levando, inclusive, à menopausa precoce. Atualmente, a principal opção para a preservação da fertilidade dessas mulheres é a coleta e congelamento de oócitos antes da quimioterapia, mas pesquisadores do Jackson Laboratory, no Maine, propuseram uma nova e inovadora abordagem.

A publicação do grupo na revista Science Advances conta que o foco do trabalho foi a proteína checkpoint quinase 2 (CHEK2). Estudando as modificações ocorridas na fertilidade após quimioterapia em modelos animais, os pesquisadores identificaram CHEK2 como a principal fonte de danos aos oócitos e depleção da reserva ovariana.

CHEK2 é ativada após a quimioterapia como resultado de quebras de DNA de dupla hélice. Uma vez ativada, CHEK2 aciona como alvos a jusante p53 e Tap63 que então promovem danos ao DNA dos oócitos e depleção da reserva ovariana. Ainda utilizando modelos murinos, os pesquisadores propuseram a hipótese de que a inativação de CHEK2 poderia ter algum efeito benéfico sobre a reserva ovariana e partiram para experimentos.

Quando foi realizado o bloqueio genético da proteína, os pesquisadores conseguiram proteger quase que integralmente a reserva ovariana dos camundongos. Após isso, a equipe utilizou um medicamento experimental chamado AZD7762 como um inibidor de CHEK2. Do mesmo modo, AZD7762 bloqueou em grande parte a função de CHEK2 e conseguiu alcançar um bom grau de reparo de DNA e com isso uma boa preservação da reserva ovariana após a quimioterapia.

Segundo os autores, seus resultados sustentam a proteína CHEK2 como um alvo atraente para futuras intervenções de preservação da fertilidade em mulheres diagnosticadas com diferentes tipos de câncer e que precisam ser submetidas a quimioterapia.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.adg0898

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