Estudo metabolômica visa estratificar os resultados no câncer de mama

Por Docmedia

29 maio 2023

É inegável que os avanços das últimas décadas em termos de diagnóstico e tratamento do câncer de mama contribuíram decisivamente para melhorar os resultados dessas pacientes. Por outro lado, todos os subtipos da doença permanecem apresentando recorrência e metástases à distância. Por serem tipicamente resistentes aos tratamentos, essas duas condições são as principais determinantes do resultado nesses casos.

A novidade é que pesquisadores da Universidade de Cincinnati encontraram uma assinatura genética capaz de estratificar a sobrevida no câncer de mama. A publicação em PLOS ONE conta que o início do trabalho ocorreu há 15 anos, a partir da associação de dois laboratórios da universidade.

Acreditando nas crescentes evidências de que a plasticidade metabólica impulsiona a progressão da doença, cada um dos laboratórios identificou um oncogene envolvido neste processo; RON e DEK. Ambos os genes codificam proteínas que promovem a metástase do câncer de mama e ativam a beta-catenina (BC), mas as consequências metabólicas desses eventos são desconhecidas.

No estudo atual, foram utilizadas abordagens metabolômicas baseadas em ressonância magnética nuclear para avaliar a plasticidade metabólica relacionada à progressão do câncer de mama. Em outras palavras, aumentos ou reduções em determinados metabólitos que se relacionem com a progressão da doença. Especificamente, a perda de regulação do eixo RON-DEK-BC mostrou uma regulação consistente de metabólitos de succinato e fosfocreatina.

Alterações de metabólitos entre a perda de RON e DEK (mas não de BC) foram encontradas no consumo médio de glicose, secreção de lactato, secreção de acetato e níveis celulares de glutamina e glutationa. Alterações de metabólitos entre RON e perda de BC (e não DEK) foram encontradas apenas nos níveis de lactato intracelular. Outros acertos da via incluem BC que incluem glicólise, glicosilação, ciclo/anaplerose do TCA, produção de NAD+ e dinâmica da creatina.

Segundo os autores, seus achados em vias que regulam o eixo RON-DEK-BC foram utilizados para definir uma assinatura gênica capaz de prognosticar a sobrevida da paciente com câncer de mama e a resposta esperada aos tratamentos.

Curadoria: Dr. Guilherme Rocha, médico especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO.

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Fonte: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0274128

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