O consenso do National Institutes of Health (NIH) sobre a Impotência de 1992 definiu disfunção erétil como a incapacidade de obter ou manter uma ereção suficiente para um desempenho sexual satisfatório. Estima-se que a disfunção erétil afete cerca de 50% dos homens adultos, sendo que até 20% deles apresentam quadro de intensidade moderada a grave. A disfunção erétil é uma consequência localizada de doença vascular sistêmica relacionada ao risco cardiovascular.
A novidade é que pesquisadores do Baylor College of Medicine e colegas descobriram que o exercício físico regular mostra efeitos benéficos em homens com disfunção erétil que podem ser considerados quase tão eficazes quanto o tratamento com tadalafila ou sildenafila. A publicação do grupo no The Journal of Sexual Medicine traz os resultados de uma metanálise empreendida para avaliar o efeito do exercício aeróbico regular sobre a disfunção erétil.
A ideia dos pesquisadores teve inspiração nos estudos que referendam os efeitos benéficos do exercício aeróbico regular sobre a saúde cardiovascular. Sendo assim, faria sentido imaginar que uma intervenção benéfica sobre a vasculopatia sistêmica também o fosse em relação à vasculopatia em um sítio específico.
No estudo, a revisão sistemática e metanálise incluiu ensaios clínicos randomizados que avaliaram os efeitos do exercício aeróbico na função erétil por meio do domínio Função Erétil do Índice Internacional de Função Erétil (IIEF-EF). A diferença média nas pontuações do IIEF-EF entre os grupos de controle com exercício aeróbico e sem exercício foi estimada por uma meta-análise de efeitos aleatórios.
A meta-regressão foi utilizada para avaliar a associação das variáveis moderadoras nos resultados da meta-análise. Digno de nota, a pontuação IIEF-EF é relatada em uma escala de 6 a 30, com valores mais altos indicando melhor função erétil.
No total, o trabalho reuniu dados de 11 ensaios clínicos randomizados e em todos eles o exercício aeróbico resultou em melhorias estatisticamente significativas nas pontuações do IIEF-EF em comparação com os controles, com uma diferença média de 2,8 pontos (IC=95%, 1,7-3,9; P<0,001) e moderada?heterogeneidade entre os estudos. O efeito do exercício aeróbico na função erétil foi maior em homens com pontuações iniciais mais baixas do IIEF-EF, ou seja, com disfunção mais grave, com melhorias de 2,3, 3,3 e 4,9 pontos para disfunção erétil leve, moderada e grave, respectivamente (P=0,02).
Os pesquisadores também observaram que os participantes que receberam sildenafila ou tadalafila tiveram melhorias de 4 a 8 pontos IIEF-EF, enquanto aqueles que receberam testosterona observaram melhorias de apenas 2 pontos.
Os efeitos verificados no estudo foram conseguidos com a instituição de uma rotina de exercícios aeróbicos realizados 3 a 5 vezes por semana durante 30 a 60 minutos.
Segundo os autores, os resultados da meta-análise não foram influenciados pelo viés de publicação ou pelos efeitos individuais dos estudos. Além disso, fornecem uma evidência de nível 1 de que o exercício aeróbico regular pode melhorar a função erétil dos homens, especialmente aqueles com pontuações iniciais mais baixas do IIEF-EF.
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Fonte: https://academic.oup.com/jsm/advance-article/doi/10.1093/jsxmed/qdad130/7301709?login=false
