Nova droga promissora contra câncer de próstata mostra caminho para falha da imunoterapia

Por Docmedia

20 janeiro 2023

Ainda que parte considerável dos cânceres de próstata sequer necessitem de tratamento, os espécimes mais agressivos podem se tornar um desafio terapêutico difícil porque comumente desenvolvem resistência às terapias de privação androgênica, principal linha de tratamento. Com os tumores prostáticos também se beneficiando pouco da imunoterapia, poucas opções restam para esses pacientes.

A novidade é que pesquisadores da Universidade de Washington (St. Louis) desenvolveram uma droga que promete ocupar esse espaço e ainda pode responder a importantes questões sobre a eficácia da imunoterapia. A publicação na Nature Communications conta que a nova droga, chamada (R)-9b, é uma pequena molécula que bloqueia um oncogene associado ao câncer de próstata, o ACK1.

Com (R)-9b mostrando ótimos resultados em camundongos selvagens com câncer de próstata, os pesquisadores atribuíram os resultados à sua capacidade de eliminar os receptores de testosterona, hormônio utilizado por esses tumores para promover sua progressão. Para confirmar isso e investigar outros eventuais mecanismos, os pesquisadores desenvolveram uma linhagem de camundongos sem o gene ACK1. Curiosamente, a maioria desses animais geneticamente manipulados não desenvolveu tumores, ou estes eram muito menores, após inoculação de células tumorais.

Outros experimentos mostraram que, além da ação sobre os receptores de testosterona, a falta do gene ACK1 permitiu que o sistema imune dos animais ativasse as células T de forma muito mais eficaz e com maior capacidade de penetração nos tumores. O mesmo efeito da eliminação do gene ACK1 foi o conseguido com a administração da droga (R)-9b.

O tratamento também foi testado em associação com imunoterápicos inibidores do ponto de verificação imune (ICI), mas isso curiosamente anulou os benefícios. Após isso, os pesquisadores descobriram que os ICI promovem ativação de ACK1, contrapondo a ação de (R)-9b.

Segundo os autores, resultados tão favoráveis fazem com que estejam coletando dados para autorização de ensaios clínicos do (R)-9b no câncer de próstata. Além disso, estão curiosos sobre se o mecanismo envolvendo a inibição do sistema imune por ACK1 pode ser a causa da ineficácia dos ICI em boa parte dos tumores sólidos.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41467-022-34724-5

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