Dieta voltada para o DNA pode melhorar o controle glicêmico

Por Docmedia

13 março 2024

O diabetes tipo 2 é um distúrbio metabólico global em ascensão, com estimativas da Organização Mundial de Saúde de que a condição afetará cerca de 693 milhões de pessoas até 2045. A evolução da doença inclui um período inicial em que a glicemia está acima do normal, mas ainda de forma insuficiente para ser classificada como diabetes tipo 2.

Ao contrário da doença estabelecida, o pré-diabetes pode ser revertido com intervenção dietética e atividade física. Atualmente, a diretriz para esta intervenção no Reino Unido tem como base orientações do Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados – Diretrizes (NICE).

Agora, um estudo piloto de pesquisadores do Imperial College London e da Dna Nudge descobriu que um programa alimentar personalizado com base em dados genéticos pode ser mais eficaz que as estratégias atuais para o controle glicêmico. Tal afirmação é fruto de um estudo piloto do grupo publicado na revista Scientific Reports utilizando uma coorte com 148 indivíduos com pré-diabetes.

Esses participantes foram designados para um de três grupos; o grupo de controle, cujos participantes receberam treinamento orientado pelo NICE apenas por um nutricionista, o grupo de intervenção, cujos sujeitos receberam coaching e dieta baseada em DNA e o grupo exploratório, cujos participantes não receberam treinamento, mas foram autoguiados pelo aplicativo e dispositivo vestível do Dna Nudge que lhes permitiu ler códigos de barras e receber recomendações de alimentos e bebidas personalizadas com DNA durante as compras.

Todos os participantes forneceram amostras para dosagem de glicemia de jejum e hemoglobina glicada previamente ao experimento e nas semanas 6, 12 e 26. Após a sexta semana, nenhuma diferença importante foi verificada em qualquer dos grupos. Entretanto, após as 26 semanas, os dois grupos que de alguma forma utilizaram dieta voltada ao DNA mostraram melhor controle metabólico.

Em comparação com o grupo de controle, o grupo de intervenção observou uma redução média na glicemia de jejum de 0,019 mmol/L e redução na hemoglobina glicada em 0,038 mmol/mol, enquanto o grupo exploratório observou uma redução de 0,021 mmol/L na glicemia de jejum sem redução na hemoglobina glicada.

Segundo os autores, perfis genéticos de condições crônicas, como diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão e colesterol no sangue podem dizer quais alimentos podem ser mais eficazes na redução do risco destas condições, permitindo-nos adaptar especificamente a alimentação.

Com tais resultados, os autores vêem a estratégia como promissora, mas ressaltam que o estudo ainda necessita de validação em grupos populacionais maiores e mais diversificados. Se isso ocorrer, entretanto, estaremos diante de uma ferramenta de prevenção econômica, amplamente distribuível e facilmente escalável para melhorar a regulação da glicose em indivíduos de alto risco.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41598-024-55105-6

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