Um diagnóstico de câncer não representa apenas um punhado de células tumorais cuja proliferação é anormal, mas um vasto e complexo microambiente que sustenta o processo proliferativo. Nesse contexto, estudos já associaram a presença de inflamação como fator promotor do câncer e o aumento do óxido nítrico no microambiente tumoral como um promotor de inflamação.
A novidade é que pesquisadores do Beckman Institute for Advanced Science and Technology e Cancer Center da Universidade de Illinois ampliaram essa correlação para incluir a dieta rica em gordura. O artigo do grupo em ACS Central Science narra experimentos em modelos murinos de câncer de mama que foram divididos em grupos para receberem diferentes tipos de dieta.
Parte dos animais recebeu dieta rica em gordura com 60% das calorias provenientes desta fonte, enquanto os demais receberam uma dieta pobre em gordura com 10% das calorias. Além disso, e este é o ponto central do estudo, os pesquisadores desenvolveram uma avançada sonda molecular projetada para ser usada em imagens de bioluminescência de óxido nítrico no câncer.
Basicamente, as sondas moleculares são átomos ou moléculas utilizados em conjunto para interagir com moléculas adjacentes e com isso registrar dados biológicos de interesse. No caso, a sonda molecular BL660-NO foi utilizada para avaliar os níveis de óxido nítrico no microambiente tumoral em resposta aos diferentes regimes dietéticos impostos aos animais.
Como resultado, os pesquisadores descobriram que a dieta rica em gordura levou a níveis muito mais elevados de óxido nítrico que a dieta pobre em gordura. No artigo, os autores enfatizam a demonstração da relação entre gordura da dieta, aumento do óxido nítrico e desenvolvimento de câncer, também deixando em aberto que esse conhecimento pode levar a novas estratégias visando o óxido nítrico para combater a doença.
Quer saber mais?
