Jejum intermitente restrito se mostra mais eficiente contra o risco de diabetes tipo 2 em estudo

Por Docmedia

5 maio 2023

O diabetes tipo 2 é a apresentação clínica mais comum da doença, respondendo por aproximadamente 90% dos casos. A condição afeta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo e se estabelece quando as células do corpo perdem a capacidade de responderem adequadamente à insulina. Por outro lado, estima-se que até 60% dos casos de diabetes tipo 2 possam ser adiados e até mesmo evitados por meio de modificações na dieta e no estilo de vida.

Agora, pesquisadores da Universidade de Adelaide e do Instituto de Saúde e Pesquisa Médica da Austrália do Sul (SAHMRI) concluíram que um padrão dietético se mostra superior no controle dos marcadores de risco para diabetes tipo 2. A publicação na revista Nature Medicine traz os resultados de um estudo randomizado com duração de 18 meses e que recrutou 209 adultos com risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2.

Os participantes foram randomizados para um de três grupos; jejum intermitente com alimentação de 30% da necessidade energética entre 08:00h e 12:00h e jejum de 20 horas em três dias da semana não consecutivos e alimentação à vontade nos demais dias, dieta de restrição calórica com 70% da necessidade energética sem restrição de horário ou cuidados padrão (caderneta de perda de peso). Digno de nota que, até então, os dois regimes dietéticos de intervenção eram considerados equivalentes para o controle do risco de diabetes tipo 2. O estudo forneceu suporte nutricional aos participantes em todos os braços por 6 meses, com um acompanhamento adicional de 12 meses.

O desfecho primário foi a mudança na área de glicose sob a curva em resposta a um teste de tolerância à refeição mista no mês 6 no grupo 1 versus o grupo 2. Na avaliação dos resultados, foi encontrado que a tolerância a glicose melhorou significativamente mais no grupo do jejum (-10,10; IC=95%) em comparação ao grupo da dieta de baixa caloria (-3,57; IC=95%) no mês 6, mas essas diferenças foram perdidas no mês 18 e já sem a intervenção.

Os relatos de fadiga foram maiores no jejum versus dieta hipocalórica e no tratamento padrão, enquanto os relatos de constipação e cefaleia foram maiores no jejum e na dieta hipocalórica em comparação ao tratamento padrão.

Segundo os autores, os dados mostram que a inclusão de conselhos sobre os horários da alimentação perfazendo o jejum, um novo foco de estudo na pesquisa alimentar, foram mais eficazes em promover melhorias no metabolismo da glicemia pós-prandial de indivíduos em maior risco de diabetes tipo 2.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41591-023-02287-7

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