Terapia celular adotiva contra tumores está prestes a avançar para ensaios clínicos

Por Docmedia

10 maio 2023

O advento da imunoterapia anticâncer foi uma verdadeira revolução no tratamento de diversas neoplasias, mas ainda há muito o que avançar. Desde os fármacos inibidores do ponto de verificação imune até terapias celulares como células T do antígeno quimérico (T-CAR), os pesquisadores têm explorado cada vez mais possibilidades.

Nesse contexto, uma ideia interessante é a utilização dos linfócitos infiltrantes do tumor (TILs) como uma imunoterapia celular. Afinal, essas TILs já são células de combate prontas e direcionadas ao tumor que se quer tratar. Ocorre que a coleta de TILs diretamente dos tumores é um processo custoso e muito invasivo, o que o torna inviável na prática.

A novidade é que pesquisadores da Universidade Northwestern parecem ter encontrado uma saída para superar esse obstáculo. Inicialmente, os pesquisadores se perguntaram qual seria o ciclo de vida das TILs e se seria possível localizá-las em alguma parte do corpo que não os próprios tumores. Essa pesquisa resultou no flagrante de TILs que voltaram para a circulação, estando mais acessíveis. Essas TILs em circulação receberam o nome de linfócitos circulantes reativos ao tumor (cTRL).

O passo seguinte foi coletar essas cTRLs em quantidade suficiente para promover sua replicação em nível terapêutico no laboratório. Felizmente, a nova abordagem resultou em uma eficácia de 400% na recuperação de células a mais que os métodos tradicionais. Além disso, a nova plataforma desenvolvida pela equipe permite replicar apenas as células com maior capacidade de combater o tumor, melhorando o potencial antitumoral da terapia.

A publicação mais recente em Nature Biomedical Engineering descreve a chamada triagem de células imunomagnéticas microfluídicas, salientando que esta triagem microfluídica busca diferenciar as células da amostra por meio do receptor CD103, que foi demonstrado ser fortemente expresso na cTRLs.

Também foi visto que cTRLs isolados do sangue periférico de pacientes e co-cultivados com células tumorais dissociadas de seus tumores ressecados resultaram no enriquecimento de populações de células secretoras de interferon-y com clonótipos de receptores de células T substancialmente sobrepostos aos dos linfócitos infiltrantes do tumor dos pacientes.

Clinicamente, a utilização da terapia celular adotiva em camundongos encolheu significativamente mais os tumores em comparação às terapias celulares tradicionais. Desenvolvida pela startup CTRL Therapeutics, a terapia celular adotiva está prestes a pleitear à Food and Drug Administration para iniciar os ensaios clínicos.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41551-023-01023-3

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