Estudo identifica combinação de drogas mais eficiente contra o câncer colorretal

Por Docmedia

15 setembro 2023

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa do Câncer, nos EUA, afirmam terem identificado uma nova combinação de fármacos antineoplásicos que se mostrou mais eficaz contra o câncer colorretal ao promover um duplo ataque contra a doença. A publicação do grupo na Nature Communications conta que o trabalho revelou não apenas a eficácia aprimorada dos tratamentos anticancerígenos para o câncer colorretal em camundongos, mas também um mecanismo desconhecido anteriormente de reparo do DNA.

Tópico principal da pesquisa, os inibidores da topoisomerase 1 (TOP1) são amplamente utilizados no tratamento do câncer colorretal e de outros tipos de câncer. Esses medicamentos interferem com a ação da enzima TOP1, responsável por solucionar problemas estruturais no DNA durante a proliferação celular.

Ao prender o TOP1 ao DNA, os inibidores do TOP1 podem ser aproveitados para matar as células cancerígenas. Ocorre que as células cancerígenas têm a capacidade de desenvolver resistência a essas drogas devido aos mecanismos de reparo do DNA presentes nas células. Deste modo, foi empreendida uma busca por drogas que pudessem atingir esses mecanismos de reparo e aumentar os efeitos anticancerígenos dos inibidores do TOP1.

Os pesquisadores examinaram aproximadamente 2.500 combinações de drogas em colaboração com o National Center for Advancing Translational Sciences (NCATS) do NIH. Suas análises indicaram que o pevonedistat, quando utilizado em combinação com os inibidores do TOP1, poderia ser particularmente eficaz.

Em experimentos com camundongos portadores de tumores colorretais humanos, o tratamento com pevonedistat e o inibidor TOP1 irinotecano resultou em uma redução significativa do tumor e aumento da sobrevida, em comparação com o uso isolado de cada droga. Resultados semelhantes foram observados com a combinação de pevonedistat e outro inibidor do TOP1, o topotecano.

A pesquisa revelou que a proteína NEDD8 é necessária para remover as enzimas TOP1 presas ao DNA. O pevonedistat age bloqueando a NEDD8, explicando assim sua eficácia em matar as células cancerígenas quando combinado com inibidores do TOP1.

Segundo os autores, a descoberta não apenas contribui para a pesquisa em quimioterapia, mas também amplia o conhecimento sobre o funcionamento celular. Os danos ao DNA ocorrem frequentemente e todas as células, incluindo as cancerígenas, precisam lidar com eles diariamente. O mecanismo descrito no trabalho pode permitir o reparo de danos indesejados no DNA, tornando-se uma descoberta fundamental com grande potencial.

Com relação ao tratamento do câncer colorretal, existem indicações de que o pevonedistat pode ser uma terapia viável. O fármaco já é aprovado pelo FDA para o tratamento de síndromes mielodisplásicas pré-cancerígenas e os experimentos com camundongos mostraram que sua combinação com inibidores do TOP1 foi bem tolerada, sugerindo sua potencial segurança em seres humanos.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41467-023-39374-9

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