Radiologia intervencionista e cirurgia aberta equivalentes na estenose aórtica grave

Por Docmedia

13 dezembro 2023

A estenose aórtica (EA) afeta principalmente pessoas com mais de 70 anos, e o risco aumenta com o avanço da idade. Estima-se que aproximadamente 5% dos indivíduos com mais de 75 anos terão a doença.

A área valvar aórtica normal é de 3 a 4 cm². A área valvar deve ser reduzida a 1/3 para que se desenvolvam sintomas, motivo pelo qual somente uma área < 1.0 cm² é considerada como estenose aórtica grave (EAG).

A decisão de tratamento normalmente é baseada na presença de sintomas, sendo opções a cirurgia aberta e o implante de válvula aórtica transcateter (TAVI). Atualmente, TAVI é reservado a pacientes com condições clínicas que tornem o risco da cirurgia aberta muito elevado, sendo os demais submetidos à cirurgia.

A novidade é que pesquisadores do National Institute for Health and Care Research (NIHR) Leicester Biomedical Research Center encontraram eficácia equivalente dos procedimentos mesmo em pacientes com risco cirúrgico menor, o que pode facilitar a vida dessas pessoas. A publicação no Journal of the American Medical Association (JAMA) narra um ensaio clínico randomizado que incluiu 913 pacientes portadores de EAG sintomática, 70 anos ou mais de idade e com risco operatório moderadamente aumentado devido à idade ou comorbidade.

Essa coorte foi randomizada para receber como tratamento a correção cirúrgica aberta (n=455) ou TAVI (n=458) e o desfecho primário pesquisado foi a mortalidade por todas as causas após 1 ano. Além disso, foram pesquisados outros desfechos secundários, entre eles o tempo de internação hospitalar, eventos hemorrágicos maiores, complicações vasculares, distúrbio de condução com necessidade de implante de marcapasso e regurgitação aórtica.

Em 1 ano, houve 21 mortes (4,6%) no grupo TAVI e 30 mortes (6,6%) no grupo cirúrgico, com uma diferença de risco absoluto ajustado de -2,0% que atestou a não inferioridade do TAVI. Dentre os desfechos secundários, TAVI foi associado a uma hospitalização significativamente mais curta, mediana de 3 dias vs 8 dias com a cirurgia.

Em 1 ano, houve menos eventos hemorrágicos graves após TAVI em comparação com a cirurgia (7,2% vs 20,2%), porém mais complicações vasculares (10,3 % vs 2,4%), distúrbios de condução que requerem implante de marcapasso (14,2% vs 7,3%) e regurgitação aórtica.

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Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/2792251

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