Alterações no metabolismo do DNA mitocondrial associados à aterosclerose

Por Docmedia

5 junho 2023

A aterosclerose é um dos mais importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares. O acúmulo de moléculas de colesterol na parede vascular desencadeia um processo inflamatório que culmina com a restrição do fluxo sanguíneo. O tratamento da condição por meio de intervenções nos hábitos de vida e medicações visa restringir a quantidade disponível de colesterol para participar deste processo.

A novidade é que pesquisadores do Instituto Salk e da Universidade da Califórnia (San Diego) parecem ter descoberto uma via mecanicista potencialmente capaz de originar diferentes abordagens terapêuticas. A publicação na Immunity conta que tudo começou pelo estudo dos genes DNMT3A e TET2, habitualmente reguladores do crescimento das células sanguíneas. Contudo, mutações com perda de função nesses dois genes também são associadas a maior risco de aterosclerose.

Durante a hematopoiese clonal, que exige atividade intensa de DNMT3A e TET2, os pesquisadores identificaram uma reação inflamatória específica. A descoberta de como a mutação nos dois genes estava associada à produção de inflamação ocorreu quando o grupo se voltou para o DNA mitocondrial. O correto empacotamento desta porção de DNA extranuclear depende de um outro gene chamado TFAM.

Foi descoberto que a redução do TFAM resulta em expulsão da mitocôndria de parte do DNA mitocondrial que, uma vez disperso na célula, funciona como DNA invasor viral ou bacteriano, desencadeando inflamação. Em seus experimentos, os pesquisadores utilizaram ferramentas de engenharia genética e imagens de células para examinar células de pessoas sadias, aquelas com mutações de perda de função em DNMT3A ou TET2 e portadores de aterosclerose.

Com essa estratégia, também foi descoberto que mutações com perda de função nesses dois genes nas células sanguíneas produzem redução na expressão de TFAM, empacotamento anormal do DNA mitocondrial e inflamação.

Segundo os autores, a descoberta deste mecanismo, que acreditam estar associado à aceleração da aterosclerose, pode ser a base para novas terapias no futuro.

Quer saber mais?

Fonte: https://www.cell.com/immunity/fulltext/S1074-7613(22)00295-3?_returnURL=https%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS1074761322002953%3Fshowall%3Dtrue

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