Tecnologia de terapia genética se mostra promissora para a regeneração cardíaca

Por Docmedia

7 agosto 2023

Um dos fatores que torna a doença cardíaca uma das principais causas de morte no mundo é a baixíssima capacidade de regeneração do músculo cardíaco. Apenas cerca de 1% dos cardiomiócitos possuem a capacidade de se reproduzirem, o que faz com que a grande maioria das pessoas termine a vida com quase os mesmos cardiomiócitos da época do nascimento.

A novidade é que um grupo de pesquisadores da Universidade de Houston anunciou o desenvolvimento de uma técnica inovadora que promete modificar esse panorama. A publicação no Journal of Cardiovascular Aging conta que a equipe não utilizou células-tronco em seu trabalho. Em verdade, a nova terapia genética de Houston utiliza RNA mensageiro (mRNA) sintético para fornecer fatores de transcrição mutados aos cardiomiócitos em induzir a proliferação.

A ideia inicial da utilização do mRNA foi evitar a utilização do vetor viral adeno-associado (AAV), permitindo a rápida interrupção da terapia e evitando preocupações de biossegurança. O mRNA foi o meio escolhido para entregar aos cardiomiócitos os fatores de transcrição Stemin e YAP5SA. Stemin ativa propriedades que regridem os cardiomiócitos para uma condição similar a de células-tronco cardíacas, em seguida, o YAP5SA, que funciona promovendo naturalmente o crescimento de órgãos, atua para acelerar o processo de replicação dos cardiomiócitos.

Até esse momento, o estudo foi conduzido por meio de experimentos in vitro em placas de cultura de tecidos. No segundo momento, os pesquisadores utilizaram modelos murinos de infarto miocárdico e trataram os animais com injeções intracardíacas com o mRNA indutor de Stemin e YAP5SA.

Segundo a equipe, o resultado dos testes in vivo foram impressionantes, com rápida multiplicação de cardiomiócitos nas primeiras 24 horas e regularização quase completa da função de bombeamento do músculo cardíaco infartado após um mês.

Com esses resultados, os autores se mostram confiantes de que a descoberta tem o potencial de se tornar uma poderosa estratégia clínica para o tratamento de doenças cardíacas em humanos.

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Fonte: https://cardiovascularaging.com/article/view/4882

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