Pesquisadores afirmam terem identificado a causa da doença renal crônica

Por Docmedia

28 agosto 2023

Pesquisadores da Universidade de Edimburgo identificaram um subconjunto específico de células epiteliais, que compõem o tecido corporal, responsáveis pela produção de uma proteína que pode causar dano aos rins e ao coração, abrindo oportunidade para novos tratamentos para a insuficiência crônica destes órgãos.

A publicação na revista Science Translational Medicine conta que o foco do trabalho foi a proteína Indian Hedgehog (IHH), produzida e liberada por um subconjunto de células presentes em rins envelhecidos e feridos. Nestes casos, IHH funciona como impulsionadora da cicatrização nos rins e corações.

A doença renal crônica engloba várias formas de doenças renais que persistem por mais de alguns meses e podem afetar indivíduos de qualquer faixa etária, sendo mais comum em pessoas mais velhas. Na atualidade, estima-se que a doença renal crônica afete aproximadamente 10% da população global. Embora os rins sejam os principais órgãos afetados pela DRC, essa condição também representa um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares aceleradas e mortalidade prematura.

A fibrose progressiva, que envolve a cicatrização dos rins, é uma característica comum em todas as formas de doença renal crônica, mas o mecanismo subjacente a essa conexão ainda não é totalmente compreendido. Utilizando camundongos para modelos de funcionamento renal, os pesquisadores de Edimburgo descobriram que um subconjunto específico de células epiteliais produzia IHH em resposta à ativação pela proteína fator de necrose tumoral (FNT), um conhecido fator inflamatório. Ao bloquear as ações do TNF ou da IHH em experimentos de cicatrização renal em camundongos, a equipe de pesquisa constatou uma redução na produção de cicatrizes nos rins, preservando melhor a função renal.

Efeito similar também foi verificado quanto à cicatrização cardíaca. Em um segundo momento, analisando amostras de pacientes humanos, os pesquisadores constataram que os níveis circulantes de IHH aumentavam significativamente em indivíduos com doença renal crônica. Pacientes com doenças cardiovasculares também apresentaram níveis mais elevados de IHH em comparação com aqueles sem problemas cardíacos.

Segundo os autores, tais descobertas, apesar de necessitarem de mais pesquisa, trazem esperança de que a inibição da via de sinalização TNF/IHH possa melhorar os problemas relacionados à fibrose renal e cardíaca, que são as principais causas de morbidade e mortalidade em pacientes com doença renal crônica.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/scitranslmed.abn0736

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