Estudo identifica uma base genética para diferenças no risco e evolução do diabetes tipo 2

Por Docmedia

22 março 2024

O diabetes tipo 2 é um distúrbio crônico do metabolismo glicídico que afeta entre 8 e 10% da população mundial. Além disso, a condição é importante fator de risco para outras condições patológicas importantes como a doença renal crônica, retinopatia e doenças cardiovasculares. Contudo, já foi observado que diferentes indivíduos possuem riscos diferentes de desenvolver a doença e também evoluções diferentes com a condição já instalada.

Nesse contexto, a novidade é um estudo de pesquisadores do Massachusetts General Hospital (MGH) e do Broad Institute do MIT e Universidade de Harvard que afirmam terem identificado uma base genética para as diferenças de suscetibilidade ao diabetes tipo 2. A publicação do grupo na revista Nature Medicine conta que o trabalho consistiu na análise genética dos dados de grandes grupos participantes de 37 diferentes estudos abrangendo mais de 1,4 milhão de indivíduos.

Um ponto importante é que a estratégia reuniu dados de associação genômica ampla de participantes com diferentes origens genéticas ancestrais: afro-americanos, mestiços americanos, do Leste Asiático, europeus, do sul da Ásia e de múltiplas ascendências. O trabalho de análise resultou em um conjunto final de 650 variantes genéticas que tinham associações independentes com diabetes tipo 2 e numa lista final de 110 características clínicas relacionadas com a diabetes.

Foram validados agrupamentos genéticos (clusters) associados ao diabetes tipo 2 que haviam sido identificados em um estudo anterior. No total, foram validados 12 agrupamentos genéticos e as suas funções biológicas que estão associadas à diabetes tipo 2  e ajudaram a explicar algumas das diferenças na diabetes tipo 2 entre diferentes populações. Por exemplo, já foi observado que populações identificadas como não brancas mostram maior tendência ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 quando alcançam um determinado patamar de índice de massa corporal.

Os dados do estudo sugerem que esta disparidade é, ao menos parcialmente, explicada por variações em dois dos clusters que os investigadores identificaram e que se relacionam com a forma como o corpo utiliza e armazena gordura. Sendo assim, os indivíduos com certas variantes nestes grupos (Leste Asiático) enfrentam um risco maior de desenvolverem diabetes tipo 2 com níveis de índice de massa corporal mais baixos do que outros indivíduos.

Segundo os autores, o estudo é importante porque permitirá aos médicos calcular o nível alvo do índice de massa corporal de um indivíduo com base no seu perfil genético.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41591-024-02865-3

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