O diabetes mellitus é um distúrbio metabólico crônico e uma das patologias mais prevalentes no mundo, afetando cerca de 3% da população. Em qualquer de suas formas clínicas, o controle do diabetes inclui intervenções nos hábitos de vida e diferentes medicações para manter a glicemia dentro de uma faixa ideal.
Há décadas que a mensuração do sucesso das diferentes intervenções depende de aferições invasivas da glicemia realizadas várias vezes ao dia por meio da punção de capilares superficiais através da pele. A novidade é que uma técnica desenvolvida por pesquisadores da Kennesaw State University (EUA) promete aliviar os portadores deste sofrimento perpétuo ao realizar o processo de forma não invasiva.
A publicação JMIR Formative Research conta que a inspiração para o estudo foi o cotidiano de cuidados com o diabetes do pai da principal pesquisadora do estudo, a Dra. Maria Valero. Reconhecendo relevante sofrimento com as seguidas aferições de glicemia, a pesquisadora investiu em desenvolver um método alternativo.
O resultado do trabalho foi o GlucoCheck, um dispositivo que dispara um feixe luminoso que atravessa porções menos espessas do tecido cutâneo humano, como orelha ou a ponta do dedo. Após atravessar o tecido, a luz é captada do outro lado por uma pequena câmera que verifica e quantifica a quantidade de luz absorvida no processo. Por fim, um modelo matemático desenvolvido pela equipe relaciona essa medida com os níveis de glicose sanguínea com 79% de precisão com a medida sendo feita na orelha e 62% quando é feita no dedo.
No estudo, o dispositivo foi testado em oito voluntários, mas o total de testes já inclui quase 50 pessoas. No momento, os pesquisadores pretendem refinar o dispositivo testando-o em pessoas com diferentes tonalidades e espessuras de pele. Digno de nota, também foi desenvolvido um aplicativo de celular para receber e processar os dados do GlucoCheck e a equipe trabalha para conectar o dispositivo com Alexa, o assistente virtual da Amazon.
Por fim, os dados iniciais classificados como promissores fizeram com que o Escritório de Desenvolvimento de Propriedade Intelectual do Estado de Kennesaw auxiliasse os pesquisadores em um pedido de registro de patente do GlucoCheck.
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