Novo estudo sugere abordagem visando as bases da tauopatia no Alzheimer

Por Docmedia

30 novembro 2023

A doença de Alzheimer permanece como a principal causa de demência em todo o mundo. Na patogênese da doença, dois eventos marcantes são a deposição de agregados extracelulares de proteína anormal beta amiloide e a deposição intracelular de agregados de proteína tau. A proteína tau atua na estabilização dos microtúbulos que dão estrutura aos neurônios e sua agregação e deposição anormal perturbam o tráfego intracelular de proteínas e acabam levando ao dano neuronal.

A novidade é que um esforço conjunto de pesquisadores da Universidade de Yale e da Universidade Johns Hopkins desenvolveram uma estratégia promissora para reduzir as alterações tóxicas na proteína tau que resultam em dano neuronal. A publicação na revista Alzheimer’s & Dementia lembra que a fosforilação da proteína tau, na qual grupos fosfatos são adicionados ao peptídeo tau, é um evento precoce que favorece a ocorrência de danos às células neuronais.

Além disso, a fosforilação da proteína tau parece ser impulsionada no cérebro envelhecido pela neuroinflamação. Deste modo, o principal objetivo das equipes no presente estudo foi identificar estratégias capazes de inibir a fosforilação da proteína tau, o que é uma abordagem diferente das atualmente empregadas e que visam conter o processo de deposição de proteína amioide.

No estudo, os pesquisadores observaram mGluR3, um receptor neuronal relacionado ao bom andamento de funções cognitivas superiores. Foi visto que, em meio à neuroinflamação característica da doença de Alzheimer, uma enzima chamada glutamato-carboxipeptidase-II (GCPII) é ativada e compromete as funções de mGluR3.

Por outro lado, um programa de descoberta de drogas da Universidade Johns Hopkins havia descoberto uma droga experimental chamada 2-MPPA e que se mostrou ter ação inibidora de GCPII. Experimentada em primatas não humanos que desenvolveram taoupatia naturalmente, os pesquisadores conseguiram uma expressiva redução da fosforilação da proteína tau.

Segundo os autores, o objetivo atual é aprimorar o 2-MPPA para tornar sua utilização viável e segura por via oral em humanos, acreditando que a inibição da fosforilação da proteína tau é uma intervenção com enorme potencial contra a doença de Alzheimer.

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Fonte: https://alz-journals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/trc2.12431

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