Nova técnica de radioterapia pode otimizar o tratamento no câncer de cabeça e pescoço

Por Docmedia

14 dezembro 2023

Frente a um câncer de cabeça e pescoço (CECP), a cirurgia e a radioterapia são os pilares de tratamento, com a radioterapia sendo utilizada na maioria dos casos. Contudo, a radiação envolvida pode afetar negativamente os tecidos saudáveis adjacentes ao tumor. Deste modo, o tratamento precisa evitar o tecido adjacente e se concentrar com precisão na localização do tumor.

Cumprir essa meta é um desafio, uma vez que o posicionamento do corpo e o próprio efeito terapêutico da radiação podem modificar a localização ideal para a próxima irradiação, já que há modificação na forma e na localização do tumor em relação ao tecido sadio. Em função desses desafios, surgiu a radioterapia adaptativa, que consiste no constante recálculo da região a ser irradiada.

A novidade é que pesquisadores do The Institute of Cancer Research de Londres e da The Royal Marsden NHS Foundation Trust conseguiram desenvolver uma nova técnica de radioterapia adaptativa aprimorada, tornando menos penoso esse tipo de tratamento para os pacientes. O artigo do grupo em Clinical and Translational Radiation Oncology lembra que os modelos de radioterapia adaptativa atualmente disponíveis são feitos no MR-Linac, a primeira tecnologia a gerar simultaneamente imagens de ressonância magnética e fornecer raios X terapêuticos.

Na técnica adapt-to-position (ATP), apenas a posição do paciente é atualizada, ao passo que na adapt-to-shape (ATS) também são contabilizadas as alterações anatômicas. Na prática, ATP carece de precisão, exigindo replanejamento off-line, enquanto o ATS completo exige muito tempo de imobilização do paciente, o que o torna praticamente inviável.

No estudo, foi apresentado o ATS-Lite, que utiliza um software para considerar as alterações de contorno externo que são observadas em pacientes com CECP devido à perda de peso ou resposta do tumor e adapta o foco da irradiação sem exigir a presença diária do médico.

Comparado com o ATP na entrega de 53 doses de radiação a dois pacientes, o ATS-Lite passou 99,9% das restrições de dose obrigatórias, enquanto a ATP falhou em 7,6% das restrições de dose, revelando superioridade do primeiro. Com a nova abordagem, os autores esperam aprimorar o tratamento e reduzir desconforto e efeitos colaterais.

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Fonte: https://www.ctro.science/article/S2405-6308(21)00092-6/fulltext

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