Exclusão da aspirina foi benéfica em pacientes com ICC e dispositivo de assistência ventricular

Por Docmedia

4 janeiro 2024

Boa parte das doenças cardiovasculares evoluem para promover insuficiência cardíaca, que termina por ser a principal causa de morte em todo o mundo. Como parte transitória ou crônica do tratamento da insuficiência cardíaca, pode ser necessária a implantação de um dispositivo de assistência ventricular esquerda, que é um aparelho implantado cirurgicamente com a função de substituir parte ou o todo da função de bomba do coração insuficiente.

Habitualmente, esse tipo de tratamento inclui a utilização de aspirina como antiagregante plaquetário, mas um ensaio clínico randomizado recente e capitaneado pela Harvard Medical School concluiu que essa pode não ser a melhor opção. A publicação em JAMA trouxe os dados do ensaio clínico randomizado ARIES-HM3, que recrutou 628 pacientes com insuficiência cardíaca avançada e dispositivo de assistência ventricular esquerda (LVAD) totalmente levitado magneticamente.

Os pacientes foram randomizados de 1 para 1 para receber aspirina (100 mg/d) ou placebo, além de um regime antitrombótico com antagonista da vitamina K. No estudo, o desfecho primário foi a sobrevida livre de eventos adversos importantes não cirúrgicos relacionados à hemocompatibilidade em 12 meses.

Evitar a aspirina resultou em resultados melhores do que o regime contendo aspirina, com uma melhoria de 6,0% na sobrevida livre de eventos com placebo. Além disso, a retirada da aspirina resultou na redução de 34% (risco relativo 0,66) de eventos hemorrágicos não cirúrgicos sem que isso resultasse em aumento dos eventos tromboembólicos.

Foi estimado pela equipe que, para cada 100 pacientes com LVAD implantado, evitar a aspirina evitou 14,5 eventos hemorrágicos graves no primeiro ano, resultando numa diminuição de 47% nos dias passados no hospital e numa redução de 41% no custo dos cuidados para eventos hemorrágicos.

Segundo os autores, esses dados sustentam que a alteração com retirada da aspirina melhora os resultados clínicos nesse grupo de pacientes em que não existe contraindicação de outra natureza para a retirada da aspirina.

Quer saber mais?

Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2811936

Total
0
Shares

Deixe uma resposta

Postagens relacionadas
%d blogueiros gostam disto: