As doenças cardiovasculares permanecem como a principal causa de morte em todo o mundo. Grande parte dessa mortalidade é causada pela incapacidade do coração humano em se regenerar de forma funcionalmente relevante após uma lesão.
Ao contrário dos seres humanos, animais como o peixe-zebra (Paulistinha) possuem essa capacidade e é estudando fenômenos desta natureza que pesquisadores pretendem desenvolver estratégias eficazes para a saúde humana. É nesse sentido o novo estudo de pesquisadores da alemã Helmholtz Association que trouxe novos conhecimentos sobre a regeneração cardíaca. A publicação em Nature Genetics conta que a equipe utilizou modelos de peixe-zebra com lesão cardíaca provocada para estudar o nicho regenerativo no tecido cardíaco.
Técnicas como transcriptômica de célula única e análise espaço-temporal foram utilizadas para caracterizar as diferentes células presentes no tecido cardíaco em regeneração. Chamou a atenção dos pesquisadores a presença de células em estágios transitórios, fibroblastos ativados produtores de colágeno tipo 2 que são formados no próprio tecido a partir de estímulo, fazendo sentido que participem do processo de forma relevante.
Foi possível caracterizar os dois principais focos desses fibroblastos no tecido cardíaco, sendo o primeiro no endocárdio e formado por fibroblastos nppc dependentes da sinalização Wnt para sua ativação e o segundo localizado no epicárdio e formado por fibroblastos col11a1a e col12a1a. A seguir, testes funcionais mostraram que o bloqueio da sinalização Wnt provocou atraso no processo de regeneração cardíaca.
A mesma metodologia aplicada aos fibroblastos do epicárdio evidenciou que os fibroblastos col12a1a tinham os col11a1a como seus precursores. Contudo, e mais importante, o bloqueio dos fibroblastos col12a1a resultou para a completa do processo de regeneração.
Frente a esses resultados, os autores lembram que o coração humano conserva as mesmas vias que promovem a capacidade regenerativa do coração do peixe-zebra. Melhor entendimento pode ensinar sobre a limitada capacidade de regeneração do coração humano e ajudar a identificar estratégias com potencial terapêutico.
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