Herpes-zoster pode aumentar o risco de grandes eventos cardiovasculares

Por Docmedia

19 janeiro 2023

O vírus da varicela-zoster infecta a maioria dos seres humanos, provocando uma erupção eritemato-papulosa elencada entre as viroses comuns da infância como varicela ou catapora. Estima-se que quase todos os indivíduos com mais de 50 anos nos EUA estejam infectados com o vírus varicela-zoster e, por isso, apresentem risco de desenvolver herpes-zoster.

A novidade é que pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital descobriram que a ocorrência de herpes-zoster aumenta o risco para o portador de desenvolver grandes eventos cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral. A publicação do grupo no Journal of American Heart Association lembra que a reativação do vírus varicela-zoster tende a ocorrer em um terço dos infectados durante a vida à medida que a passagem do tempo torna mais provável a ocorrência de comprometimento do sistema imune induzido por doenças, uso de medicamentos ou envelhecimento.

A principal complicação documentada do herpes-zoster é a neuralgia pós-herpética. Entretanto, cada vez mais evidências sugerem que a reativação viral pode promover efeitos colaterais mais duradouros e com maior gravidade. Essa hipótese foi investigada pela equipe a partir de três coortes reunindo mais de 200.000 homens e mulheres previamente sem histórico de doença cardiovascular; o Nurses’ Health Study (~79.000 mulheres), o Nurses’ Health Study II (~94.000 mulheres) e o Health Professionals Follow-Up Study (~ 31.000 homens).

Neste grupo foram identificados os casos de herpes zoster e esses dados foram relacionados com o posterior desenvolvimento de doença cardiovascular com critérios que incluíram a ocorrência de infarto agudo do miocárdio fatal ou não fatal, revascularização miocárdica, angioplastia coronária e acidente vascular cerebral. Os participantes tiveram essa avaliação atualizada a cada 2 anos, durante um período de acompanhamento de 16 anos.

Como resultado, a equipe constatou que a ocorrência de herpes-zoster está relacionada a um risco cerca de 30% superior de um evento cardiovascular importante em comparação aos indivíduos que não apresentaram tal manifestação. Além disso, foi estimado que a elevação do risco permanece durante os doze anos seguintes à reativação viral.

Segundo os autores, os dados são relevantes e apontam para a necessidade de estudos que avaliem se as vacinas para herpes-zoster, só recentemente disponíveis, podem ser úteis na mitigação de tal risco.

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Fonte:

https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/JAHA.122.027451

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