Estudo sugere estratégia para prever precocemente quem desenvolverá diabetes tipo 1

Por Docmedia

18 setembro 2023

O desenvolvimento de diabetes do tipo 1 é uma pesada sentença para seus portadores, geralmente crianças ou adolescentes. Atualmente, não é possível prever com certeza quando a autoimunidade de ilhotas ou o diabetes ocorrerão em pessoas geneticamente predispostas.

É sabido que, quando um paciente desenvolve pelo menos dois autoanticorpos contra ilhotas, eles têm autoimunidade de ilhotas e provavelmente desenvolverão diabetes. No entanto, não se sabe o que desencadeia a autoimunidade ou quando o diabetes se manifestará.

A novidade é que um estudo capitaneado por pesquisadores do Pacific Northwest National Laboratory (PNNL) do Departamento de Energia dos Estados Unidos e seus colaboradores, contando também com colegas da Universidade do Colorado, da Universidade da Flórida, da Universidade do Sul da Flórida e de instituições na Alemanha, Suécia e Finlândia, anunciou um passo importante ao prever quem desenvolverá diabetes tipo 1 meses antes do aparecimento dos sintomas.

A publicação na revista Cell Reports Medicine conta que foi identificado um conjunto de proteínas alteradas que podem prever a condição conhecida como autoimunidade de ilhotas, um precursor do diabetes tipo 1. A ideia central é que a detecção precoce de um biomarcador que indica a autoimunidade iminente poderia ajudar os profissionais a monitorarem a condição de um paciente em particular, possibilitando intervenções mais rápidas antes mesmo dos sintomas aparecerem.

Na prática, o que o estudo fez foi utilizar técnicas de proteômica direcionada e não direcionada para analisar centenas de proteínas em mais de 8.000 amostras de sangue de 990 crianças em seis locais de estudo na América do Norte e na Europa. Os participantes recrutados integraram o estudo conhecido como TEDDY (Determinantes Ambientais do Diabetes em Jovens), que investiga por que algumas crianças desenvolvem diabetes tipo 1 enquanto outras não. O estudo incluiu crianças geneticamente predispostas à doença.

Todos os participantes foram acompanhados até os seis anos de idade para saber se desenvolveriam a doença. Com isso, os pesquisadores conseguiram identificar um conjunto de 83 proteínas cujas alterações combinadas previram quais crianças desenvolveram autoimunidade de ilhotas ou diabetes tipo 1.

As 83 proteínas identificadas são cruciais para vários processos importantes no corpo, como apresentação de antígenos, complemento e coagulação sanguínea, sinalização inflamatória e metabolismo. Essas proteínas estão relacionadas às proteínas ativas no pâncreas de pacientes com diabetes, conforme identificado em estudos anteriores.

Segundo os autores, o plano agora é continuar o estudo analisando amostras de sangue adicionais coletadas das mesmas crianças quando estiverem mais velhas. Essas amostras, coletadas ao longo de vários anos pelo estudo TEDDY, fornecerão mais informações sobre a progressão do diabetes tipo 1.

Quer saber mais?

Fonte: https://www.cell.com/cell-reports-medicine/fulltext/S2666-3791(23)00212-4?_returnURL=https%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS2666379123002124%3Fshowall%3Dtrue 

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